Israel 'reduzirá' relações com países que votaram na ONU contra assentamentos
Israel afirmou nesta terça-feira (27) que "reduziu" suas relações com países que votaram a favor de uma resolução da ONU contra seus assentamentos nos territórios palestinos ocupados.
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Segundo o porta-voz do ministério do Exterior de Israel, Emmanuel Nahshon, seu país tinha "reduzido temporariamente" visitas e trabalhos com as embaixadas em questão, mas as relações “não estão suspensas”. "Até nova ordem, vamos limitar nossos contatos com as embaixadas em Israel e evitar os movimentos das autoridades israelenses nestes países e a vinda de seus líderes", disse.
Em represália, Israel retirou seus embaixadores na Nova Zelândia e no Senegal e cancelou seu programa de ajuda neste país da África Ocidental. Nesta terça-feira, Israel também informou Angola sobre o congelamento de seu programa de ajuda, segundo Naasson.
Os países não podem vir "a Israel para aprender sobre combate ao terrorismo, ciberdefesa, tecnologias agrícolas, e, em seguida, fazer o que quiserem na ONU", declarou à rádio militar a vice-ministra das Relações Exteriores, Tzipi Hotovely. Contudo, ela lamentou que, com o cancelamento das viagens de líderes estrangeiros, Israel possa perder a oportunidade de explicar a sua posição.
Decisão cria mal-estar profundo entre ONU e Israel
Segundo a imprensa israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que também oficia como ministro das Relações Exteriores, pediu a seus funcionários que reduzam suas viagens aos países que votaram a favor da resolução. O Conselho de Segurança da ONU aprovou a medida na sexta-feira, depois de que os Estados Unidos se abstiveram, não usando seu direito a veto em apoio ao seu aliado mais próximo no Oriente Médio.
Trata-se da primeira resolução a ser adotada desde 1979 para condenar Israel por sua política de assentamentos. A resolução exige que "Israel cesse imediata e completamente os assentamentos nos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental".
Representantes de 10 dos 14 países membros do Conselho de Segurança que votaram a favor do texto, bem como o embaixador dos Estados Unidos, foram convocados no domingo ao ministério das Relações Exteriores de Israel para esclarecimentos.Pelo menos duas viagens foram canceladas ou adiadas até o momento, incluindo a prevista para esta semana em Israel do primeiro-ministro da Ucrânia.
Há também relatos de que Netanyahu cancelou uma reunião com a primeira-ministra britânica Theresa May no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), em janeiro, mas isso não foi confirmado por fontes oficiais.
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