Notícias falsas no WhatsApp provocam onda de linchamentos na Índia
O governo da Índia pediu ao aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp uma ação imediata para acabar com a propagação de rumores falsos sobre tráfico de crianças que motivaram uma onda de linchamentos no país.
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Mais de 20 pessoas morreram nos últimos dois meses na Índia, vítimas de notícias falsas sobre supostas presenças de sequestradores de crianças, que viralizaram no aplicativo. A plataforma é utilizada por mais de 200 milhões de pessoas na Índia, onde boa parte da população têm acesso à internet.
Os ataques, que atingem pessoas mais vulneráveis, deixam as autoridades em uma situação difícil. Entre as vítimas estão uma mendiga de 45 anos e outras três mulheres, atacadas por uma multidão de 100 pessoas em Ahemdabad, no leste do país. Em Surat, na mesma região, uma mulher foi levada com seu bebê para a delegacia, porque a população pensou que ela tivesse roubado a criança.
As campanhas de sensibilização e as declarações públicas têm um alcance limitado até o momento. Em um comunicado, o ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação disse que informou o WhatsApp sobre o problema, pedindo uma intervenção urgente. O governo também expressou sua "profunda desaprovação ante mensagens irresponsáveis e explosivas".
"O governo indiano também indicou que o WhatsApp deve atuar imediatamente para acabar com esta ameaça", completa o texto. Na carta de resposta às autoridades indianas, o WhatsApp afirma estar "horrorizado" com os linchamentos e classifica o fenômeno como um "desafio que exige que o governo, a sociedade civil e as empresas de tecnologia trabalhem lado a lado".
Aplicativo vai testar dispositivo anti-boato
WhatsApp, que pertence ao Facebook, afirmou que está testando na Índia um dispositivo para apontar se uma mensagem foi escrita por quem a envia ou se foi apenas repassada. Geralmente, os boatos são espalhados desta maneira. A empresa também destacou que irá colaborar com organizações de verificação de fatos em outros países, como Brasil e México, e afirmou que pensa na possibilidade de desenvolver esse trabalho na Índia.
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