Lutando contra adversidades, caravana de migrantes segue trajeto em direção aos EUA
Os milhares de migrantes vindos de Honduras continuam a marcha em direção aos Estados Unidos, enquanto um outro grupo aguarda, na fronteira entre a Guatemala e o México, pela permissão de entrar no país. A RFI conversou com as ONGs que acompanham os que já conseguiram chegar ilegalmente em território mexicano, cuja situação é bastante crítica. Nesta segunda-feira (22), o presidente norte-americano, Donald Trump, deve comparecer ao Texas para obter apoio contra a migração.
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Com informações do correspondente da RFI no México, Patrick John Buffe
No domingo (21), homens, mulheres e crianças partiram de Ciudad Hidalgo para Tapachula, uma distância de quarenta quilômetros que eles percorreram a pé, durante sete horas, sob forte calor. Os esforços físicos acarretaram problemas de saúde, como desidratação. Ao chegar no destino, eles se instalaram em dois parques públicos para passar a noite, em situação precária.
“Nós estamos no Parque Central de Tapachula. Entre 3.000 e 5.000 pessoas fazem parte da caravana. Choveu bastante e precisamos de um abrigo”, disse Irineo Mujica, membro da ONG Povos sem Fronteira, que acompanha o grupo de migrantes. “Tentamos distribuir alimentos, mas é muito complicado. As pessoas estão destruídas. Elas sofreram uma forte pressão e têm o sentimento de serem perseguidas”.
A caravana encontrou muitas dificuldades desde que saiu de Honduras. Após um percurso de mil quilômetros, os migrantes ficaram bloqueados durante dois dias na ponte que separa a Guatemala do México, até tomarem a decisão de atravessar o rio nadando.
Trump diz que não aceitará caravana nos EUA
O maior desafio humanitário é encontrar abrigos nas cidades por onde eles passam. “O ponto principal de nossa ação é tentar aumentar a capacidade local de abrigar os migrantes, pois estamos descapacitados atualmente”, afirmou Maria Rubi, porta-voz regional do Alto Comissariado sobre Refugiados da ONU. “Estamos tentando ver o que podemos fazer por essas pessoas”.
Durante a caminhada em direção a Tapachula, os migrantes foram pressionados pela polícia federal, que tentou impedir o progresso da marcha. As autoridades políticas também tentaram persuadi-los a regularizar a situação migratória, mas eles se recusaram, por medo de serem expulsos do país.
Full efforts are being made to stop the onslaught of illegal aliens from crossing our Souther Border. People have to apply for asylum in Mexico first, and if they fail to do that, the U.S. will turn them away. The courts are asking the U.S. to do things that are not doable!
Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 21 octobre 2018
The Caravans are a disgrace to the Democrat Party. Change the immigration laws NOW!
Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 21 octobre 2018
Donald Trump segue ressaltando que não acolherá os migrantes quando eles chegarem à fronteira dos Estados Unidos. Ontem, ele publicou dois tuítes sobre o assunto. O primeiro, para sublinhar o fato de que seu governo não permitiria a entrada da caravana. O segundo para culpar os democratas e para exigir uma mudança nas leis migratórias.
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