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França/Irã/Arábia Saudita

Com crise entre Irã e Arábia Saudita, 'fagulha pode virar incêndio', alerta chanceler francês

A França enviou seus próprios peritos à Arábia Saudita para acompanhar as investigações sobre o ataque sofrido às instalações petroleiras do país. O chanceler francês não acredita na responsabilidade dos rebeldes huthis, que reivindicaram a autoria da ofensiva. O representante de Paris não acusa diretamente o Irã, como vem fazendo Riad, mas teme uma escalada de violência na região.

O ministro francês da Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, enviou seus próprios peritos até a Arábia Saudita para acompanhar investigações.
O ministro francês da Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, enviou seus próprios peritos até a Arábia Saudita para acompanhar investigações. REUTERS/Shamil Zhumatov
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O ministro francês da Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, disse nessa quinta-feira (19) que considera “relativamente pouco crível” a autoria dos huthis iemenitas no ataque contra as instalações sauditas. “Mas como há uma investigação internacional, esperaremos os resultados”, declarou o chanceler. Mesmo assim, Paris enviou seus peritos para participarem das operações. “Queremos ter nossa própria visão da situação”, disse o chefe da diplomacia francesa.

Na quarta-feira (18), Riad revelou novos resultados de sua investigação. “O ataque foi lançado do norte e, sem dúvida, é de responsabilidade do Irã", afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa saudita, Turki al-Maliki. As autoridades do país apresentaram restos de drones e mísseis de cruzeiro supostamente disparados contra duas instalações na região leste do território.

“Momento grave”

Le Drian se mostrou bastante apreensivo sobre o contexto atual na região, temendo o risco de uma escalada de violência provocada pelo ataque e as tensões entre Riad e Teerã. “Em situações de crise, os diplomatas costumam dizer ‘nós vivemos um momento preocupante’. Mas hoje eu já ultrapassei desse nível. Considero que nós vivemos um momento grave após esses ataques”, disse o chanceler. “Primeiro porque se trata de uma ação muito ampla, que interrompeu metade da produção diária de petróleo, com todas as consequências que isso pode ter nos preços dos combustíveis, inclusive para a França. Mas também porque a soberania e a integridade de um país foram agredidas. Sem esquecer que se trata de uma região onde os riscos de conflito são importantes, como as crises síria e iemenita. Uma simples fagulha pode provocar um incêndio”, avisou Le Drian.

“Não queremos guerra”, afirmam iranianos

Teerã também tentou apaziguar a situação durante o dia. Em entrevista transmitida nesta quinta-feira pelo canal americano CNN, o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, reiterou que seu país não quer "a guerra". Mas insistiu que os Estados Unidos ou a Arábia Saudita vão desencadear uma "guerra total" se atacarem o Irã.

Em resposta às declarações, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou que os Estados Unidos preferem uma "solução pacífica" para a crise deflagrada pelos ataques contra as infraestruturas de petróleo sauditas. O representante de Washington havia qualificado o episódio de "ato de guerra" por parte do Irã. "Estamos aqui para construir uma coalizão destinada a obter a paz e uma solução pacífica", declarou o chefe da diplomacia americana.

As tensões entre Irã e Estados Unidos aumentaram desde que o governo Trump se retirou unilateralmente, em maio de 2018, do acordo internacional de 2015 sobre a energia nuclear iraniana e restabeleceu sanções contra a República Islâmica.

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