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Ghosn/ Interpol

Líbano recebe pedido de prisão da Interpol contra Carlos Ghosn

O Líbano recebeu um pedido de prisão da Interpol contra Carlos Ghosn, o magnata do setor automotivo que fugiu do Japão para Beirute. O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça libanês, Albert Sarhane, nesta quinta-feira (02).

Processado no Japão por crimes financeiros, o ex-presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, acusa a Justiça japonesa de parcialidade.
Processado no Japão por crimes financeiros, o ex-presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, acusa a Justiça japonesa de parcialidade. REUTERS/Issei Kato/File Photo
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"O Ministério Público (...) recebeu um “alerta vermelho” da Interpol sobre o caso Carlos Ghosn", disse Sarhane, citado pela agência de notícias oficial ANI. Anterior à demanda da justiça japonesa, o Líbano já havia declarado que Ghosn não seria alvo de nenhuma investigação judicial no país.

Nesta quinta-feira, Ghosn declarou que organizou sozinho sua fuga do Japão em direção ao Líbano, negando qualquer participação de sua família. "As alegações na mídia de que minha esposa Carole e outros membros da minha família tiveram um papel importante na minha partida do Japão são falsas e mentirosas. Fui eu quem organizei minha partida. Minha família não teve nenhuma atuação", garantiu ele em um breve comunicado de imprensa recebido pela AFP.

Após uma fuga espetacular, o ex-presidente da Renault-Nissan, processado no Japão por crimes financeiros, chegou ao Líbano na segunda-feira (30), onde seu local de residência permanece desconhecido.

A Interpol não tem autonomia para emitir mandados de prisão e não pode iniciar investigações ou processos, mas os países-membros e tribunais internacionais podem solicitar a publicação de “alertas vermelhos".

Esses avisos de busca internacional são baseados em mandados de captura nacionais, cujas informações são transmitidas a outros membros por meio de um banco de dados seguro.

Sem acordos por enquanto

As autoridades libanesas já anunciaram que Ghosn entrou no país "legalmente", com um passaporte francês e uma carteira de identidade libanesa, segundo uma fonte da Presidência.

Já a Segurança Geral assegurou que nada impunha "a adoção de procedimentos contra ele", nem "o expunha a processos judiciais" no Líbano. O ministério das Relações Exteriores do Líbano também lembrou que “não há acordos de cooperação judicial ou de extradição com o Japão”.

Ghosn, que chegou a ser o empresário mais bem pago do Japão, foi preso no final de 2018. Ele é alvo de quatro acusações no país: duas por sonegação fiscal, por não declarar seus reais rendimentos às autoridades, e outras duas por quebra de confiança agravada.

O empresário estava em prisão domiciliar em Tóquio, aguardando seu julgamento, marcado para abril deste ano.

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