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Morte de bebê por falta de medicamento em hospital causa revolta no Líbano

A bebê Jouri al-Sayyid, de dez meses de idade, morreu nesse sábado (10) em Mazboud, a sudeste da capital Beirute, após três dias de febre alta e um pulmão inflamado. A família diz que a criança não recebeu os cuidados adequados por falta de medicamento no hospital. Em meio à crise no país, o caso provoca revolta da população.

A morte da criança pode ser consequência da falta de medicamentos no país. As farmácias do Líbano estão em greve desde sexta (9) para denuncar a falta de remédios no país.
A morte da criança pode ser consequência da falta de medicamentos no país. As farmácias do Líbano estão em greve desde sexta (9) para denuncar a falta de remédios no país. REUTERS - MOHAMED AZAKIR
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De acordo com o tio da criança, Aymen al-Sayyid, sua sobrinha morreu "por falta de cuidados e medicamentos adequados" no hospital onde sua família a havia levado.

"O medicamento não estava disponível no hospital, então seu pai foi à farmácia para comprar algum, mas estava fechado", disse.

Após as reações, o ministro da saúde do Líbano anunciou neste domingo que foi aberta uma investigação sobre a morte da criança.

"Vivemos em um país onde os hospitais não têm medicamentos e as farmácias estão fechadas", lamentou o tio da vítima. Desde sexta-feira, muitas farmácias do país baixaram suas portas para protestar contra a escassez de remédios no país. 

O Líbano passa, segundo o Banco Mundial, por uma das piores crises econômicas conhecidas em todo o mundo desde 1850.   

Em um vídeo amplamente compartilhado nas redes sociais, o pai de Jouri al-Sayyid aparece carregando o corpo de sua filha envolto em um pano e perguntando aos repórteres: "A quem devo reclamar? Para os tubarões que deixaram o país afundar?".

Alta sem aval médico

Em um comunicado oficial, o Hospital Mazboud afirmou que a pequena Jouri tinha "recebido tratamento completo e adequado, incluindo todos os medicamentos necessários", e que ela morreu horas após ter recebido alta do hospital.

No entanto, um dos médicos, Kamal Mourad, afirma que a criança recebeu alta do hospital sem que os médicos fossem consultados.

A morte da bebê pode ter sido apenas mais uma das muitas consequências do colapso do país, que enfrenta escassez de combustível, de eletricidade, de medicamentos e de outros produtos de necessidade básica.

Analgésicos simples e fórmulas de alimentação para bebês são produtos quase impossíveis de se encontrar à venda no Líbano.

Uma associação de importadores de medicamentos alerta há semanas que o Líbano vai ficar sem "centenas de medicamentos básicos para doenças crônicas".

No domingo, o sindicato dos farmacêuticos decidiu suspender sua greve por dois dias para que as autoridades encontrem uma solução ao problema.

(Com informações da AFP)

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