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Coreia do Norte lança novo míssil balístico após promessa de aceleração de programa nuclear

A Coreia do Norte lançou nesta quarta-feira (4) um novo míssil balístico, segundo anúncio do governo sul-coreano. O teste ocorre uma semana depois de o dirigente Kim Jong-un ter prometido acelerar o desenvolvimento do arsenal nuclear do país. 

Imagem do dirigente norte-coreano Kim Jong-un é exibida em reportagem transmitida pela TV da Coreia do Sul, em uma estação de trem de Seul, nesta quarta-feira (4).
Imagem do dirigente norte-coreano Kim Jong-un é exibida em reportagem transmitida pela TV da Coreia do Sul, em uma estação de trem de Seul, nesta quarta-feira (4). AP - Lee Jin-man
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De acordo com Seul, a Coreia do Norte "lançou um míssil balístico às 12h03" pelo horário local (0h03 em Brasília), do aeroporto de Sunan, ao norte de Pyongyang. O projétil percorreu uma distância de 470 quilômetros e atingiu uma altitude de 780 quilômetros antes de cair no Mar do Japão.

Segundo Ahn Chan-il, pesquisador especializado nas questões norte-coreanas, "há grandes chances que eles tenham testado um míssil equipado de uma ogiva nuclear". 

O governo sul-coreano classificou o lançamento de "violação flagrante das resoluções do Conselho de Segurança da ONU". Já o ministro japonês da Defesa, Makoto Oniki, declarou que os exercícios realizados pela Coreia do Norte "ameaçam a paz e a segurança do Japão, de toda a região e da comunidade internacional". 

Retomada de exercícios nucleares

O novo teste ocorre em um momento em que a Coreia do Sul e os Estados Unidos se preparavam para uma retomada dos exercícios nucleares de Pyongyang, interrompidos desde 2017. Durante um desfile militar em 25 de abril, Kim Jong-un havia prometido "reforçar e desenvolver as capacidades nucleares da nação em ritmo acelerado

Segundo o dirigente norte-coreano, as armas norte-coreanas, são "símbolo da força nacional" e precisam ser atualizadas "em termos de qualidade e potência". Alguns dias depois, ele classificou seu exército como "uma boia de salvamento que garante a segurança do país" e ameaçou utilizá-lo "a título preventivo".

Apesar das severas sanções internacionais, a Coreia do Norte vem multiplicando seus esforços nos últimos meses para modernizar seu exército e realizou 14 lançamentos de projéteis desde o início deste ano. No último mês de março o regime norte-coreano já havia desrespeitado uma moratória de cinco anos sobre testes de mísseis balísticos, lançando um poderoso projétil com capacidade de alcançar o território norte-americano

Diálogos em ponto morto 

As tentativas diplomáticas para convencer a Coreia do Norte a renunciar à bomba atômica estão em ponto morto desde o fracasso, em 2019, da mediação do então presidente Donald Trump. O atual chefe da Casa Branca Joe Biden visitará a Coreia do Sul no final deste mês.

O novo lançamento ocorreu a menos de uma semana da posse do novo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, um conservador que prometeu ser mais rígido em relação às ameaças do vizinho do norte. Durante sua campanha, o líder fez um apelo para que os Estados Unidos ajudassem a reforçar o sistema de defesa antimíssil da Coreia do Sul.

Por isso, o exercício desta quarta-feira pode ser uma advertência a Seul, afirma Hong Min, do Instituto Coreano Pela Unificação Nacional. Segundo ele, a Coreia do Norte jamais aceitará que Yoon Suk-yeol lidere as negociações de paz. 

Cheong Seong-chang, especialista em Coreia do Norte do Instituto Sejong, sublinha também que será impossível ao Conselho de Segurança da ONU adotar novas sanções contra Pyongyang, devido ao direito de veto da Rússia. O regime norte-coreano é um dos poucos a apoiar a invasão russa à Ucrânia. 

"É por isso que a Coreia do Norte vai tentar testar o máximo de mísseis neste momento, o que não pôde fazer até agora. Isso vai permitir melhorar suas capacidades nucleares a um ritmo acelerado", avalia.

(Com informações da AFP

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