Acessar o conteúdo principal

"É um ciclo de provocações armadas", diz especialista sobre novos disparos da Coreia do Norte

A Coreia do Norte disparou noite de quarta-feira (5) dois novos mísseis balísticos no Mar do Leste, no momento em que ocorria uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, sobre o lançamento de um projétil norte-coreano de médio alcance, na terça-feira. Para especialista, o dirigente norte-coreano Kim Jong Un não tem interesse em pausar a escalada de tensão.

Míssil lançado pela Coreia do Norte na terça-feira (4) suscitou uma nova escala de violência com os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Na imagem, uma foto do ditador norte-coreano, Kim Jong Un, é exibida na TV japonesa.
Míssil lançado pela Coreia do Norte na terça-feira (4) suscitou uma nova escala de violência com os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Na imagem, uma foto do ditador norte-coreano, Kim Jong Un, é exibida na TV japonesa. REUTERS - ISSEI KATO
Publicidade

A Coreia do Norte acirra ainda mais as tensões na região do Mar do Leste disparando "mísseis balísticos não especificados", indicou a a agência sul-coreana Yonhap nesta quinta-feira (6). O lançamento ocorre dois dias depois do teste de um projétil balístico norte-coreano de alcance intermediário que sobrevoou o Japão

Em resposta, Seul e Washington realizaram o lançamento de uma série de mísseis que caíram no Mar do Japão na quarta-feira (5).  Horas depois, enquanto era realizada uma reunião no Conselho de Segurança da ONU, convocada sob urgência para discutir o míssil de médio alcance que deixou Tóquio em alerta há dois dias, dois outros projéteis norte-coreanos caíram no Mar do Leste. 

Nesta foto fornecida pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul, míssil é disparado durante uma simulação militar conjunta entre Washington e Seul na quarta-feira, 5 de outubro de 2022.
Nesta foto fornecida pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul, míssil é disparado durante uma simulação militar conjunta entre Washington e Seul na quarta-feira, 5 de outubro de 2022. AP

O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte indicou logo depois que os testes que vêm realizando - seis em menos de duas semanas - são "simplesmente medidas de retaliação do Exército Popular Coreano às manobras conjuntas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, que aumentam a tensão militar na península coreana". Os dois países multiplicaram as manobras militares na região nas últimas semanas, em certas ocasiões com a participação do Japão.

Pyongyang também criticou a decisão americana de enviar seu porta-aviões de propulsão nuclear USS Ronald Reagan à região da Península Coreana pela segunda vez em menos de um mês para os exercícios conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Para o regime norte-coreano, Washington "representa uma séria ameaça à estabilidade" aos países na zona do Mar do Leste. 

Momento de impasse na ONU

Para analistas, o regime do dirigente norte-coreano Kim Jong Un se aproveita de um momento de impasse na ONU para dar continuidade aos testes de suas armas. No último mês de maio, a China e a Rússia vetaram uma resolução no Conselho de Segurança para impor novas sanções à Coreia do Norte. 

A mesma atitude foi adotada na reunião do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira, quando o embaixador adjunto da China na ONU, Geng Shuang, responsabilizou os Estados Unidos, acusando o país de "envenenar a segurança regional". Já a embaixadora americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, denunciou "um claro esforço de Pequim e da Rússia para recompensar a Coreia do Norte por seu mau comportamento", exigindo novas sanções contra Pyongyang.

"Neste momento, para Kim Jong Un, recuar e pausar as provocações poderia parecer contraprodutivo a seus interesses. Sem falar na quantidade de recursos desperdiçados para realizar esses lançamentos", afirma o analista da Rand Corporation Soo Kim. "Sem dúvidas, este é um ciclo de provocações armadas", ressalta. 

(Com informações da AFP

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.