"É um ciclo de provocações armadas", diz especialista sobre novos disparos da Coreia do Norte
A Coreia do Norte disparou noite de quarta-feira (5) dois novos mísseis balísticos no Mar do Leste, no momento em que ocorria uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, sobre o lançamento de um projétil norte-coreano de médio alcance, na terça-feira. Para especialista, o dirigente norte-coreano Kim Jong Un não tem interesse em pausar a escalada de tensão.
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A Coreia do Norte acirra ainda mais as tensões na região do Mar do Leste disparando "mísseis balísticos não especificados", indicou a a agência sul-coreana Yonhap nesta quinta-feira (6). O lançamento ocorre dois dias depois do teste de um projétil balístico norte-coreano de alcance intermediário que sobrevoou o Japão.
Em resposta, Seul e Washington realizaram o lançamento de uma série de mísseis que caíram no Mar do Japão na quarta-feira (5). Horas depois, enquanto era realizada uma reunião no Conselho de Segurança da ONU, convocada sob urgência para discutir o míssil de médio alcance que deixou Tóquio em alerta há dois dias, dois outros projéteis norte-coreanos caíram no Mar do Leste.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte indicou logo depois que os testes que vêm realizando - seis em menos de duas semanas - são "simplesmente medidas de retaliação do Exército Popular Coreano às manobras conjuntas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, que aumentam a tensão militar na península coreana". Os dois países multiplicaram as manobras militares na região nas últimas semanas, em certas ocasiões com a participação do Japão.
Pyongyang também criticou a decisão americana de enviar seu porta-aviões de propulsão nuclear USS Ronald Reagan à região da Península Coreana pela segunda vez em menos de um mês para os exercícios conjuntos entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul. Para o regime norte-coreano, Washington "representa uma séria ameaça à estabilidade" aos países na zona do Mar do Leste.
Momento de impasse na ONU
Para analistas, o regime do dirigente norte-coreano Kim Jong Un se aproveita de um momento de impasse na ONU para dar continuidade aos testes de suas armas. No último mês de maio, a China e a Rússia vetaram uma resolução no Conselho de Segurança para impor novas sanções à Coreia do Norte.
A mesma atitude foi adotada na reunião do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira, quando o embaixador adjunto da China na ONU, Geng Shuang, responsabilizou os Estados Unidos, acusando o país de "envenenar a segurança regional". Já a embaixadora americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, denunciou "um claro esforço de Pequim e da Rússia para recompensar a Coreia do Norte por seu mau comportamento", exigindo novas sanções contra Pyongyang.
"Neste momento, para Kim Jong Un, recuar e pausar as provocações poderia parecer contraprodutivo a seus interesses. Sem falar na quantidade de recursos desperdiçados para realizar esses lançamentos", afirma o analista da Rand Corporation Soo Kim. "Sem dúvidas, este é um ciclo de provocações armadas", ressalta.
(Com informações da AFP)
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