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Covid-19: China reforça censura após morte de menina de 14 anos em centro de quarentena

A jovem, que estaria em um centro de quarentena em Ruzhou, no centro do país, teria morrido por falta de tratamento, como mostram vídeos publicados no site Douyin, a versão chinesa do aplicativo TikTok. Nas imagens, a adolescente aparece deitada em uma cama, em meio a uma crise de epilepsia, enquanto as pessoas em volta pedem ajuda. 

Chineses fazem fila para fazer teste para a Covid em Xangai, em 10 de outubro de 2022
Chineses fazem fila para fazer teste para a Covid em Xangai, em 10 de outubro de 2022 REUTERS - ALY SONG
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A autenticidade dos vídeos não pôde ser verificada, mas o caso teve uma grande repercussão no país, o que levou a censura chinesa a apagar, nesta sexta-feira (21), todo tipo de referência ao incidente na internet. A imprensa oficial também não fez menção ao caso.

A hashtag #meninadeRuzhou, que totalizava 225 mil visualizações pela manhã, desapareceu da rede Weibo, equivalente ao Twitter, que é probido na China.

"Ninguém aprendeu nada com a situação em Xangai", questionou uma internauta, em referência ao lockdown de dois meses na metrópole, que deixou parte dos habitantes sem acesso à saúde e sem comida."Não tinha um médico para cuidar dessa menina, que precisava tanto?", questionou a mesma internauta. 

A política do Covid zero adotada pelo governo chinês desde o início da epidemia, em 2020, vem provocando cada vez mais revolta na população. As medidas incluem a obrigação de ir para um centro de quarentena em caso de teste positivo, lockdowns, testes PCRs coletivos e obrigatórios, além de restrições de mobilidade.

Muitas vezes, dezenas de milhões de pessoas ficam trancadas por semanas ou meses em casa. Em um confinamento recente, os moradores de Chengdu não puderam sair, mesmo em meio a um forte terremoto. 

Além disso, os moradores de várias cidades precisam de um teste de covid negativo para poder acessar os espaços públicos. Os chineses usam seus smartphones para escanear QR codes com um aplicativo para entrar em escritórios, shoppings e restaurantes. Um ícone verde autoriza a entrada e um âmbar ou vermelho mostra se o teste é positivo ou a pessoa teve contato com um caso positivo.

Isso pode significar desde alguns dias de isolamento em casa até semanas em um centro de quarentena. O sistema também rastreia o movimento das pessoas. Neste ano, as autoridades foram acusadas de impedir um protesto anticorrupção ao transformar o código dos participantes em vermelho. Há cerca de um mês, 27 pessoas que estavam sendo transportadas para um centro de quarentena morreram em um acidente na estrada.

China reforçou medidas sanitárias durante Congresso do PCC , que termina dia 22 de outubro.
China reforçou medidas sanitárias durante Congresso do PCC , que termina dia 22 de outubro. REUTERS - THOMAS PETER

Xi Jinping usa política da Covid zero para se manter no poder

A política de Covid Zero tem sido uma ferramenta fundamental de Xi Jinping para afirmar sua autoridade sobre a China e o Partido Comunista (PCC), mas  paralisou em grande parte a segunda maior economia do mundo, já atingida pelo endividamento de seu setor imobiliário e alto desemprego entre os jovens.

Milhares de delegados do partido estão reunidos em Pequim para o Congresso do PCC, onde Xi espera garantir um terceiro mandato presidencial consecutivo, em 22 de outubro. Xi insiste que a política do Covid Zero é a rota mais "econômica e eficaz", mantendo medidas que aprofundaram o controle estatal sobre a vida dos 1,3 bilhão de habitantes do país.

(Com informações da AFP)

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