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Novo primeiro-ministro chinês, Li Qiang denuncia “cerco e repressão” dos Estados Unidos

Na China, por ocasião do encerramento da sessão parlamentar anual do país, nesta segunda-feira (13), o novo primeiro-ministro, Li Qiang, fez sua estreia pública em uma coletiva de imprensa. Ele procurou tranquilizar o setor empresarial privado. De acordo com a divisão de papeis dentro do Partido Comunista Chinês, a economia é atribuída ao primeiro-ministro.

Rosto sorridente, aceno constante em direção às câmeras, Li Qiang respondeu às perguntas dos jornalistas (provavelmente enviadas com antecedência) sem precisar consultar notas, e afirmando, pelo menos três vezes, sua confiança nos fundamentos da segunda maior economia do mundo, que ainda se recupera dos danos causados pela pandemia da Covid-19.
Rosto sorridente, aceno constante em direção às câmeras, Li Qiang respondeu às perguntas dos jornalistas (provavelmente enviadas com antecedência) sem precisar consultar notas, e afirmando, pelo menos três vezes, sua confiança nos fundamentos da segunda maior economia do mundo, que ainda se recupera dos danos causados pela pandemia da Covid-19. REUTERS - FLORENCE LO
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Por Stéphane Lagarde, correspondente da RFI em Pequim

Rosto sorridente, aceno constante em direção às câmeras, Li Qiang respondeu às perguntas dos jornalistas (provavelmente enviadas com antecedência) sem precisar consultar notas e afirmando, pelo menos três vezes, sua confiança nos fundamentos da segunda maior economia do mundo, que ainda se recupera dos danos causados pela pandemia da Covid-19.

O premiê aposta em seu mercado interno gigantesco, no dinamismo de suas empresas, principalmente as voltadas para a exportação, uma resposta contra quem, nos Estados Unidos, defende uma dissociação da China.

“De acordo com dados chineses, o comércio entre a China e os Estados Unidos atingiu US$ 760 bilhões no ano passado, o que é um recorde na história. Os dois países devem cooperar entre si. Se cooperarmos, podemos realizar grandes coisas juntos. Cerco e repressão não são uma solução”, sugeriu Li Qiang.

A meta de crescimento chinesa, fixada em 5% para este ano, não será fácil de atingir, adverte o chefe do Conselho de Estado, que, para tranquilizar os mercados, recorda seu conhecimento em relação ao empresariado e sobre as “dificuldades das empresas”. Um conhecimento forjado durante sua carreira na administração das ricas províncias orientais (Jiangsu e Zhejiang) onde foi implementada a política de abertura ao capitalismo vermelho.

O setor privado chinês foi fortemente abalado nos últimos anos após uma repressão regulatória que visa principalmente o setor de novas tecnologias, da internet e da educação privada.

Pioneirismo 

Em seu discurso, Li Qiang falou sobre a necessidade de apoiar o pioneirismo no segmento empreendedor e do apoio do governo central à economia privada, passando pelo mercado de trabalho.

Nenhuma resposta foi dada, porém, aos riscos sistêmicos que ameaçam o desenvolvimento econômico do país, como a crise imobiliária e o endividamento das províncias.

Em vez disso, o primeiro-ministro preferiu citar os heróis de sua geração, os stakhanovistas (trabalhadores que aderiram ao movimento operário soviético que defendia o aumento da produtividade pelo maior empenho), protagonistas de uma “propaganda capaz de mover montanhas”. “Todos os países passam por dificuldades, o povo chinês sempre superou as suas”, acrescentou.

Já o recentemente reeleito presidente chinês, Xi Jinping, ao se pronunciar durante a cerimônia de encerramento da sessão parlamentar, também colocou a economia no centro de seu primeiro discurso neste terceiro mandato. “Devemos promover uma abertura de alto nível e fazer bom uso do mercado e dos recursos mundiais para o nosso desenvolvimento e promover o desenvolvimento comum do mundo”, enfatizou.

Segurança de aço

A segurança também recebeu atenção neste breve pronunciamento. Após dez anos no poder, o número um chinês eliminou seus rivais. Em sua opinião, o Partido Comunista deve fortalecer sua supervisão das questões de segurança e modernizar suas forças armadas.

Xi Jinping declara suas diretrizes quando acaba de validar uma equipe de liderança estatal composta por sua guarda próxima. Uma oportunidade de reforçar o conceito de “grande muralha de aço” já utilizado para o centenário do PCC.

“A segurança é a base do desenvolvimento, a estabilidade é o pré-requisito para a prosperidade”, ele insistiu. “Devemos promover de forma abrangente a modernização da defesa nacional e das forças armadas, e transformar o exército popular em uma grande muralha de aço que proteja efetivamente a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento do país.”

Um desenvolvimento que deve ser compartilhado, repetiu o presidente chinês, de acordo com os princípios de redução das grandes diferenças de riqueza, conforme demonstrado na política de “prosperidade comum” que ele iniciou e que continua a abalar o setor privado.

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