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Mundial Feminino: cresce pressão sobre presidente da federação espanhola após beijo forçado em Hermoso

O governo espanhol exigiu, nesta quarta-feira (23), uma investigação “transparente e urgente” da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) sobre o beijo forçado do seu presidente, Luis Rubiales, em Jenni Hermoso, jogadora do La Roja, após sua vitória na final da Copa do Mundo Feminina. As desculpas de Rubiales apresentadas na terça-feira (22) parecem não terem sido suficientes.

O presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, em Madrid, em 27 de novembro de 2019 .
O presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, em Madrid, em 27 de novembro de 2019 . © GABRIEL BOUYS / AFP/Archives
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Rubiales está sob uma avalanche de críticas internacionais depois de ter surpreendido e beijado a jogadora Jenni Hermoso na boca, diante das câmeras, após a Espanha ter conquistado o título, no domingo (20), em Sydney.

Victor Francos, secretário de Estado do Desporto da Espanha e presidente do Conselho Superior do Desporto (CSD), declarou que o conselho tomaria medidas se a RFEF não o fizesse, e poderia levar o assunto ao Tribunal Administrativo Desportivo da Espanha.

“Imagino que as pessoas competentes vão falar com as duas partes envolvidas e fazer um relatório”, disse ele à rádio Cadena Ser. “Eu pessoalmente informei a federação de que este relatório deve ser transparente e urgente. Porque, se assim não for, somos obviamente obrigados a tomar as medidas adicionais correspondentes”, acrescentou.

Na noite de terça-feira, a RFEF anunciou que, devido à “urgência”, realizaria uma assembleia geral extraordinária na sexta-feira (25) dedicada a este episódio de beijo forçado.

O caso chegou ao primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que também na terça-feira qualificou o gesto do presidente da federação de futebol como “inaceitável”, e suas desculpas como “insuficientes” e “inadequadas”, ao mesmo tempo que se absteve de pedir sua demissão, ao contrário de outros ministros.

“Jenni deve ser agredida por esse cara”

Diversas personalidades do futebol também condenaram o incidente. Após um comunicado austero, na terça-feira, da Associação de Jogadores e Jogadoras de Futebol Espanhóis, a atacante americana Megan Rapinoe, a jogadora mais midiatizada do mundo, foi contundente em uma entrevista ao jornal americano The Atlantic.

“Em que mundo invertido vivemos? No palco principal, onde deveríamos estar comemorando, Jenni deve ser agredida fisicamente por esse cara”, disse Rapinoe, denunciando um “nível profundo de misoginia e sexismo”.

A número três do governo, a comunista Yolanda Diaz, indicou na quarta-feira que o seu partido, Sumar, também iria acionar o Conselho Superior de Desporto do país.

“Não gostei, né!”, reagiu a camisa 11 espanhola no vestiário, durante uma transmissão ao vivo no Instagram. Posteriormente, ela explicou, em declarações enviadas à imprensa pela RFEF, que foi “um gesto mútuo totalmente espontâneo pela imensa alegria que a vitória na Copa do Mundo traz”.

Luis Rubiales, por sua vez, antes de pedir desculpas, havia minimizado a repercussão e a gravidade do episódio: “Não vamos dar ouvidos a idiotas e estúpidos”, reagiu ele inicialmente às críticas. “São apenas dois amigos comemorando. Não estamos aqui para bobagens. Eu, depois de tudo que passei, chega de bobagens”, concluiu.

(Com informações da AFP)

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