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Denúncia de agressão russa na Ucrânia e mudança climática são temas sem acordo entre líderes do G20

A Ucrânia criticou neste sábado (9) a declaração dos líderes do G20 sobre a invasão russa, que denuncia o uso da força para obter ganhos territoriais, mas se abstém de criticar diretamente Moscou.

A partir da esquerda, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o presidente dos EUA, Joe Biden, posam para uma foto de grupo durante a Cúpula do G20, em Nova Délhi, Índia, no sábado, 9 de setembro de 2023.
A partir da esquerda, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o presidente dos EUA, Joe Biden, posam para uma foto de grupo durante a Cúpula do G20, em Nova Délhi, Índia, no sábado, 9 de setembro de 2023. AP - Evan Vucci
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Os líderes do G20, reunidos na Índia no sábado (9), fizeram um gesto em direção à África, que foi convidada a se juntar ao clube, mas não conseguiu chegar a um acordo sobre a denúncia da agressão russa na Ucrânia ou sobre a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis.

O primeiro-ministro indiano Narendra Modi também conseguiu fazer com que os participantes da cúpula adotassem uma declaração final. Mas para chegar a um consenso dentro do G20, cujos países estão muito divididos quanto à posição a ser adotada diante da guerra na Ucrânia e em resposta à mudança climática, foram necessárias concessões.

Com relação à Ucrânia, embora a declaração final denuncie o "uso da força" para obter ganhos territoriais, o texto não faz nenhuma menção explícita à "agressão" russa na Ucrânia, uma expressão usada em 2022 na cúpula anterior do G20 em Bali, em referência a uma resolução do Conselho de Segurança que deplorava "nos termos mais fortes a agressão cometida pela Federação Russa contra a Ucrânia".

"A Ucrânia agradece aos parceiros que tentaram incluir uma formulação mais firme no texto. Ao mesmo tempo, no que diz respeito à agressão da Rússia contra a Ucrânia, o Grupo dos 20 não tem nada do que se orgulhar", declarou Oleg Nikolenko, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano.

Nikolenko publicou em sua conta do Facebook uma versão modificada do comunicado oficial da cúpula do G20 em Nova Délhi, com palavras ou expressões riscadas e substituídas por outras em vermelho, no sentido que as autoridades ucranianas teriam desejado.

Para ele, a frase "a guerra na Ucrânia" se torna "a guerra contra a Ucrânia", e a frase "todos os Estados devem se abster de recorrer à ameaça ou ao uso da força para fins de aquisição territorial" se torna "a Rússia deve se abster(...)".

Apesar do desagrado ucraniano, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, elogiou a redação do texto. "Do nosso ponto de vista, esse é um trabalho muito bom", disse ele aos jornalistas na Índia.

Oleg Nikolenko também considerou que era "óbvio que a participação da Ucrânia nessa cúpula do G20 teria proporcionado aos participantes uma melhor compreensão da situação".

Sobre mudanças climáticas

Em relação ao clima, os chefes de estado do G20 não mencionaram sequer que discordavam sobre a redução dos combustíveis fósseis, como fizeram seus ministros de energia em julho, em Goa.

Eles mantiveram a linguagem usada no ano passado em Bali, pedindo "esforços acelerados para reduzir a geração de energia a carvão" que não seja acompanhada de captura e armazenamento de carbono. Isso de fato exclui o gás e o petróleo.

"Essa é uma mensagem terrível a ser enviada ao mundo, especialmente aos países mais pobres e vulneráveis, que são os que mais sofrem com as mudanças climáticas", disse Friederike Roder, vice-presidente da ONG Global Citizen.

(Com AFP)

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