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Kim Jong-un segue viagem na Rússia com visita a fábricas de aviões de combate

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou na manhã desta sexta-feira (15) fábricas aeronáuticas russas que produzem aviões de combate, em seu terceiro dia de visita ao país. Washington suspeita que Moscou deve fechar um contrato de armas com Pyongyang para apoiar a ofensiva da Rússia na Ucrânia.

Kim Jong Un observa caças em demonstração em fábrica na cidade russa de Komsomolsk-on-Amur, na região de Khabarovsk. (15/09/2023)
Kim Jong Un observa caças em demonstração em fábrica na cidade russa de Komsomolsk-on-Amur, na região de Khabarovsk. (15/09/2023) via REUTERS - GOVERNMENT OF RUSSIA
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Até o momento, nada foi comunicado oficialmente sobre um possível acordo de entrega de equipamentos ou colaboração militar entre os dois países, isolados e sob sanções internacionais.

Depois de recorrer ao Irã para fornecer centenas de drones explosivos, a Rússia poderia encontrar recursos úteis na Coreia do Norte, que possui grandes arsenais de equipamento soviético e produz armas convencionais em massa. Em troca, Pyongyang poderia receber petróleo e alimentos russos, e até mesmo acesso a tecnologias espaciais.

Na quarta-feira (13), durante a sua primeira viagem oficial ao estrangeiro desde a pandemia de Covid, Kim se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, no cosmódromo de Vostochny (leste). Os dois demonstraram cumplicidade.

Nesta sexta, Kim Jong-un foi recebido na estação ferroviária de Komsomolsk-on-Amur, no Extremo Oriente russo, pelo governador da região de Khabarovsk, Mikhail Degtiarev. Na sequência, visitou a fábrica aeronáutica Yuri Gagarin. Em 2002, o pai do ditador, o antigo líder Kim Jong Il, já tinha visitado o local, informou o governo russo num comunicado à imprensa.

No terceiro dia de viagem à Rússia, líder da Coreia do Norte visita fábrica de aviões em Komsomolsk-on-Amur.
No terceiro dia de viagem à Rússia, líder da Coreia do Norte visita fábrica de aviões em Komsomolsk-on-Amur. via REUTERS - MIKHAIL DEGTYAREV TELEGRAM CHANN

O líder norte-coreano, acompanhado pelo vice-primeiro-ministro russo da Indústria, Denis Mantourov, inspecionou instalações dedicadas à produção de aviões de combate e também ao transporte civil do fabricante Sukhoi, antes de assistir a uma demonstração de voo de um caça Su-35.

‘Potencial de cooperação'

“Vemos potencial de cooperação tanto no campo da fabricação de aeronaves, como em outros setores”, disse o ministro russo, segundo o comunicado.

O governador local declarou no Telegram estar “confiante que mediante esforços comuns, [nossos] dois Estados continuarão a defender os ideais de liberdade e de um mundo multipolar”.

“Hoje estamos unidos face à pressão do Ocidente coletivo”, acrescentou Degtiarev.

Segundo Putin, Kim Jong-un deve continuar a sua viagem a Vladivostok, uma grande cidade localizada perto das fronteiras da China e da Coreia do Norte, em particular para assistir a uma "manifestação" militar da frota russa do Pacífico.

Política externa norte-coreana

Na reunião com Putin na quarta-feira, o ditador norte-coreano declarou que a reaproximação com Moscou seria a “prioridade máxima” da política externa norte-coreana. O presidente russo, que aceitou o convite de Kim para visitar a Coreia do Norte, elogiou, por sua vez, o “futuro reforço da cooperação” com este país, evocando “perspectivas” de cooperação militar, apesar das sanções internacionais contra Pyongyang, devido aos seus programas nucleares e de mísseis.

Nq quarta-feira, Vladimir Putin e Kim Jong-un demonstraram cumplicidade. 13/09/2023
Nq quarta-feira, Vladimir Putin e Kim Jong-un demonstraram cumplicidade. 13/09/2023 AP - Mikhail Metzel

Washington expressou “preocupação”, dizendo que a Rússia estava interessada em comprar munições norte-coreanas para apoiar as suas operações militares na Ucrânia, lançadas em fevereiro de 2022.

Na quinta-feira (14), a Casa Branca disse que o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, abordou a reunião entre Putin e Kim com os seus homólogos sul-coreanos e japoneses. “Eles enfatizaram que qualquer exportação de armas (...) seria uma violação direta de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, detalhou um comunicado.

Seul, por sua vez, “alertou firmemente” contra qualquer transação deste tipo entre Moscou e Pyongyang. “Se a Coreia do Norte chegasse a qualquer acordo sobre o comércio de armas (…) com a Rússia”, isso “ameaçaria seriamente a paz e a segurança na península coreana”, reagiu na sexta-feira o ministro sul-coreano dos Negócios Estrangeiros, Park Jin, segundo o Agência de notícias Yonhap.

Questionado sobre se sanções adicionais poderiam ser impostas, Park simplesmente acrescentou: “Estamos considerando todas as opções possíveis”.

Nesta sexta-feira, o Japão reiterou que o primeiro-ministro do país, Fumio Kishida, estava disposto a se reunir "sem condições prévias" com o líder norte-coreano. “Gostaríamos de organizar discussões de alto nível” entre Tóquio e Pyongyang “sob o controle direto do primeiro-ministro, a fim de conseguir uma reunião de cúpula o mais rapidamente possível”, declarou o porta-voz do governo japonês, Hirokazu Matsuno.

(Com informações da AFP)

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