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Americanos libertados em troca de prisioneiros com o Irã chegam ao Catar

Cinco ex-prisioneiros americanos no Irã chegaram a Doha, nesta segunda-feira (18), procedentes de Teerã, graças a uma troca de presos com os Estados Unidos concluída com a mediação do Catar.

Os cidadãos americanos Siamak Namazi (D), Emad Sharqi (E) e Morad Tahbaz (C) desembarcam de um jato do Catar ao chegarem ao Aeroporto Internacional de Doha, em 18 de setembro de 2023.
Os cidadãos americanos Siamak Namazi (D), Emad Sharqi (E) e Morad Tahbaz (C) desembarcam de um jato do Catar ao chegarem ao Aeroporto Internacional de Doha, em 18 de setembro de 2023. AFP - KARIM JAAFAR
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Após a transferência de fundos iranianos congelados na Coreia do Sul no valor de US$ 6 bilhões (R$ 29,1 bilhões na cotação atual), o avião do Catar aterrissou na pista do Aeroporto Internacional de Doha com os prisioneiros, por volta das 11h40 (horário de Brasília).

Dois dos cinco prisioneiros iranianos liberados pelos Estados Unidos já chegaram a Doha, a capital catari, para retornar em seguida ao Irã, informou a imprensa do país. Os outros três também foram liberados, mas não desejam voltar para a República Islâmica, segundo a agência Tasnim.

Agradecimento a Biden

Um dos cinco cidadãos americanos que deixaram o Irã nesta segunda-feira (18) saudou o presidente Joe Biden por ter ignorado a reação política e realizar uma troca que o libertou.

"A minha sincera gratidão ao presidente Biden e à sua administração, que teve que tomar algumas decisões incrivelmente difíceis", disse Siamak Namazi, em um comunicado. "Obrigado, presidente Biden, por colocar a vida dos cidadãos americanos acima da política", acrescentou.

Mas Namazi, que esteve preso por oito anos, reconheceu que "não havia boas opções" para lidar com o Estado clerical.

Dirigindo-se a Biden enquanto o presidente se prepara para se encontrar com os líderes mundiais nas Nações Unidas, Namazi disse: "Peço a você que inicie um esforço global revolucionário que vise a prevenir a tomada de reféns em primeiro lugar".

"Somente se o mundo livre finalmente concordar em impor coletivamente consequências duras àqueles que usam vidas humanas como meras moedas de troca é que o regime iraniano e seus semelhantes serão obrigados a fazer escolhas diferentes", insistiu.

"Infelizmente, até lá, nós podemos prever que mais americanos e outros serão vítimas da tomada de reféns pelo Estado - um horror que, graças a você, minha família e eu nos esforçaremos para deixar para trás a partir de hoje", completou.

Anunciada em agosto, a troca foi o resultado de meses de negociações entre Estados Unidos e Irã com a mediação do Catar, país que tem boas relações com as duas partes.  

Acusações de espionagem

O empresário Siamak Namazi, nascido em Teerã, foi detido em 2015 e condenado a dez anos de prisão em 2016 por espionagem. Sua família nega a acusação.

Outros prisioneiros incluídos na troca são o ambientalista Morad Tahbaz e o empresário Emad Sharqi. As outras duas pessoas pediram que os nomes não fossem divulgados.

Na semana passada, a agência oficial de notícias Irna revelou as identidades dos iranianos presos.

No grupo, os destaques são Reza Sarhangpour e Kambiz Attar Kashani, acusados de violarem as sanções americanas contra o Irã. Um terceiro preso, Kaveh Lotfolah Afrasiabi, foi detido em sua casa perto de Boston, em 2021, e acusado pela Justiça dos Estados Unidos de ser um agente secreto iraniano.

Também foram incluídos na troca Mehrdad Moein Ansari e Amin Hasanzadeh, acusados de vínculos com as forças de segurança iranianas.

"Cheque em branco"

A Casa Branca negou que o desbloqueio dos fundos iranianos seja o equivalente ao pagamento de resgate pelos detentos e afirmou que também não representa um "cheque em branco".

O governo norte-americano insiste em que o Irã pode usar o dinheiro apenas para a compra de alimentos, remédios e insumos humanitários.

O porta-voz da diplomacia iraniana afirmou que os recursos permitirão "comprar todos os produtos que não estão sob sanção", e não apenas comida e medicamentos.

Irã e Estados Unidos têm uma disputa desde a Revolução Islâmica de 1979, que derrubou um monarca pró-Ocidente.

Biden, democrata, tentou restabelecer o histórico acordo internacional de 2015 que resultou na suspensão das sanções contra o Irã, em troca de que Teerã limitasse o programa nuclear com finalidades civis. As negociações, no entanto, se encontram estagnadas.

(Com informações da AFP)

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