Pelo menos 77 pessoas morrem na Índia após lago transbordar no Himalaia
Pelo menos 77 pessoas morreram em um vale do Himalaia, no nordeste da Índia, após inundações repentinas causadas pelo transbordamento de um lago glacial, de acordo com um relatório divulgado neste domingo (8) pelas autoridades locais.
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No estado de Sikkim, “29 corpos foram encontrados em diferentes locais”, informou o funcionário estatal Anilraj Rai. Na região vizinha Bengala Ocidental, outros 48 corpos foram localizados, acrescentou a polícia distrital de Jalpaiguri. Mais de cem pessoas ainda estão desaparecidas, de acordo com o relatório.
Os níveis de água ao longo do rio Teesta já voltaram ao normal, quatro dias após as inundações repentinas provocadas pelo transbordamento de um lago glacial, explicou um funcionário do centro estatal de controle de desastres de Sikkim.
O lago Lhonak, que transbordou na quarta-feira (4), causando destruição significativa em um vale próximo, está localizado na base de uma geleira perto de Kangchenjunga, o terceiro pico mais alto do mundo.
Pontes, estradas e linhas telefônicas foram destruídas, complicando ainda mais as operações de retirada da população. Mais de 2,5 mil pessoas foram resgatadas, mas outras 3 mil ainda estão retidas em campos de socorro improvisados no norte do estado, tendo as operações de salvamento por avião sido adiadas devido ao mau tempo.
Crise climática
No total, mais de 1,2 mil casas foram danificadas, de acordo com o governo do estado de Sikkim. Entre os mortos estão oito soldados do exército indiano posicionados em Sikkim, localizada na remota fronteira da Índia com o Nepal e a China e que tem uma presença militar significativa.
O ministério da Defesa da Índia informou em um comunicado no sábado (7) que as inundações levaram até "armas de fogo e explosivos" armazenados em campos militares.
Entre 2011 e 2020, os glaciares do Himalaia derreteram 65% mais rapidamente do que na década anterior devido às alterações climáticas, de acordo com um relatório publicado em junho pelo Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado das Montanhas, com sede no Nepal.
A temperatura média na superfície da Terra aumentou quase 1,2 grau Celsius desde os tempos pré-industriais, mas as regiões montanhosas de todo o mundo aqueceram a uma taxa duas vezes maior, afirmam os cientistas do clima.
(Com informações da AFP)
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