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Detalhes sobre lista de reféns e prisioneiros liberados atrasa trégua em Gaza

A trégua nos combates na Faixa de Gaza, inicialmente prevista para esta quinta-feira (23), foi adiada devido a discussões de “última hora” sobre os “nomes dos reféns israelenses e os termos de sua entrega” a terceiros, informou uma autoridade palestina à AFP. Na noite de quarta (22), autoridades israelenses já haviam indicado que o acordo de cessar-fogo temporário entre Israel e o Hamas não entraria em vigor antes desta sexta-feira (24).

A espera e a esperança. Esta é a chamada de capa do Le Parisien, com fotos das pessoas mantidas em cativeiro pelo Hamas.
Famílias aguardam o início da libertação de reféns pelo Hamas, como parte do acordo entre o grupo extremista e Israel. AP - Leo Correa
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O acerto, mediado por Catar, Estados Unidos e Egito, prevê a troca de 50 reféns capturados pelo grupo extremista islâmico por 150 prisioneiros palestinos. “O Catar, em coordenação com os egípcios e os americanos, deve anunciar nas próximas horas de hoje [quinta]” o horário de início da trégua, disse a fonte palestina. “Já houve uma troca de listas de nomes de prisioneiros de ambos os lados, por meio de mediadores catarianos e egípcios”, acrescentou.

"O Hamas libertará 10 mulheres e crianças reféns com menos de 19 anos e, ao mesmo tempo, 30 prisioneiros palestinos serão libertados. O acordo continuará assim", garantiu, com uma trégua nos combates em toda a Faixa de Gaza e sobrevoo limitado de aviões israelenses no norte.

A fonte explicou que, inicialmente, a ideia era que os reféns fossem entregues à Cruz Vermelha, para serem levados ao Egito”, que faz fronteira com a Faixa de Gaza. Depois, "foi proposto" que médicos da organização internacional encontrassem os reféns para "garantir o estado de saúde deles” antes da troca, complementou a fonte palestina.

"Os mediadores catarianos, egípcios e americanos vão monitorar a aplicação deste acordo e observar se há alguma violação. Eles serão a garantia da implementação do acordo de trégua e das discussões para alcançá-lo”, disse.

Na quarta, o chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, declarou que a libertação de reféns ocorrerá "não antes de sexta-feira" e que as negociações "não param”. Também não haverá "pausa" nos combates enquanto isso, disse à AFP um funcionário israelense sob anonimato.

O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está sob pressão das famílias dos cerca de 240 reféns capturados pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro, que deixou 1,2 mil mortos, na maioria civis, segundo as autoridades israelenses.

Famílias na expectativa

"Estamos muito felizes. (…) No momento, não sabemos exatamente quem será libertado nem quando”, disse em comunicado a principal associação israelense de famílias de sequestrados pelo Hamas, o Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas.

"Isso me dá esperança de que minhas filhas voltem", declarou Maayan Zin, mãe de duas meninas sequestradas em Gaza.

Israel divulgou uma lista de 300 prisioneiros palestinos que podem ser libertados: 33 mulheres, 123 adolescentes e 144 jovens com cerca de 18 anos. Entre eles, 49 membros do Hamas.

As autoridades israelenses explicaram que as trocas podem continuar se o cessar-fogo for prolongado, chegando a um total de 100 reféns e 300 prisioneiros palestinos.

Aumento da ajuda humanitária

O acordo deve proporcionar um alívio para a população e facilitar a entrada de ajuda humanitária, que tem chegado de forma limitada em caminhões vindos do Egito.

O Catar indicou que a pausa nos combates permitirá uma maior entrada de "comboios humanitários e de ajuda, incluindo combustível”. A expectativa é que entre 200 e 300 caminhões entrem em Gaza, oito deles com combustível e gás, segundo Taher al Nunu, funcionário do Hamas.

Mas várias ONGs internacionais afirmaram que o cessar-fogo não será suficiente para que a ajuda necessária chegue, além de "não ser suficiente em termos de direitos humanos". O território palestino é atualmente o "lugar mais perigoso do mundo para uma criança", denunciou nesta quarta-feira a diretora da Unicef, Catherine Russell.

Com AFP

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