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Como a Coreia do Norte dribla sanções internacionais para obter petróleo

Devido ao seu programa nuclear, a Coreia do Norte está sujeita a sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o que inclui limites rigorosos das exportações de petróleo para Pyongyang. Especialistas da ONU e documentos consultados pela AFP, no entanto, denunciam que o país utiliza “navios laranjas”, com registros falsos em pequenos estados do Pacífico, para garantir seu abastecimento.

Um navio de Hong Kong suspeito de transferir petróleo para a Coreia do Norte, em 29 de dezembro de 2017, ao largo de Yeosu, na Coreia do Sul.
Um navio de Hong Kong suspeito de transferir petróleo para a Coreia do Norte, em 29 de dezembro de 2017, ao largo de Yeosu, na Coreia do Sul. Yonhap via REUTERS
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Por Nicolas Rocca, correspondente da RFI em Seul

Desde 2017, o fornecimento de petróleo para a Coreia do Norte é limitado a apenas meio milhão de barris por ano, um volume muito inferior ao de suas necessidades energéticas. Obrigado a comunicar à ONU os dados de cada transferência, o país se revela um mestre na arte de contornar sanções.

Investigações mostram que Pyongyang organizaria a transferência de petróleo em alto mar. De acordo com especialistas da ONU, barcos autorizados a receber carregamento de petróleo transfeririam o conteúdo para barcos menores, que, por sua vez, repatriariam a carga para a Coreia do Norte.

A AFP especifica que pelo menos 17 navios ligados a esta atividade teriam sido registrados em pequenas ilhas do Pacífico, como as Ilhas Cook e Tuvalu. Os navios com bandeiras destes microestados não são monitorados de maneira sistemática, o que permite a Pyongyang ‘apagar’ seus rastros.

Entre os navios suspeitos por esse tipo de atividade, os investigadores da ONU destacam o Anni e o An Hai 6, inscritos em Niue, país insular da Oceania. Os registros das embarcações informam que partem para o Japão, mas acabam por atracar no porto de Nampo, na Coreia do Norte, de acordo com a Organização Marítima Mundial.

Fragilidade

O método norte-coreano expõe a fragilidade e os limites das sanções do Conselho de Segurança, que dependem da vontade e dos meios disponíveis dos Estados-membros para colocá-las em prática.

Em 2020, especialistas já haviam apresentado um relatório ao conselho apontando a violação das sanções por parte de Pyongyang em termos de fornecimento de energia.

(Com informações da AFP)

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