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Israel intensifica combates na Faixa de Gaza e Catar diz que chances de nova trégua são "reduzidas"

O Exército israelense reforçou neste domingo (10) o controle no sul da Faixa de Gaza, onde centenas de milhares de pessoas tentam desesperadamente se proteger dos combates contra o movimento islâmico palestino Hamas. Os esforços para uma trégua “continuam”, segundo o Catar, país mediador das negociações.  

A estrada Salah al-Dine entre Khan Younes e Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, foi alvo de ataques durante esta noite. Em 10 de dezembro de 2024.
A estrada Salah al-Dine entre Khan Younes e Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, foi alvo de ataques durante esta noite. Em 10 de dezembro de 2024. AFP - SAID KHATIB
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Esta manhã, aviões israelenses realizaram “ataques aéreos violentos” perto de Khan Younes e na estrada que liga esta cidade do sul da Faixa de Gaza a Rafah, perto da fronteira com o Egito. Os combates acontecem também em Jabaliya  e na cidade de Gaza, ao norte. 

Para o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdelrahmane Al-Thani, cujo país é um mediador no conflito, os bombardeios israelenses incessantes “reduzem as possibilidades” de uma nova trégua. 

ONU "paralisada" 

Falando no Fórum de Doha, no Catar, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou a “paralisia” das Nações Unidas face à guerra entre Israel e o Hamas. Ele disse lastimar que o Conselho de Segurança não tenha votado a favor de um cessar-fogo por estar, segundo suas palavras, “paralisado por divisões geoestratégicas”, sendo incapaz de encontrar uma solução para o conflito na faixa de Gaza. 

Na sexta-feira (8), os Estados Unidos vetaram o texto elaborado pelos Emirados Árabes Unidos que previa um “cessar-fogo humanitário” em Gaza, a libertação “imediata e incondicional” de todos os reféns e a “garantia do acesso humanitário”. A resolução obteve 13 votos a favor, um contra e uma abstenção (do Reino Unido). 

A guerra entre Israel e o Hamas, que entrou no seu 65º dia, foi desencadeada por um ataque sangrento e sem precedentes perpetrado pelo movimento islâmico palestino em 7 de outubro, em solo israelense, a partir da Faixa de Gaza. Segundo Israel, 1.200 pessoas, a maioria civis, foram mortas durante este ataque, no qual cerca de 240 pessoas foram sequestradas e levadas para o enclave palestino. No total, 137 pessoas continuam em cativeiro, depois de uma trégua, no fim de novembro, que permitiu a libertação de dezenas de reféns em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel. 

Em retaliação ao ataque de 7 de outubro, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia. 

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou no sábado (9) que os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza causaram 17.700 mortes e 48.780 feridos em dois meses de guerra entre o movimento islâmico palestino e Israel. O governo do Hamas, que controla Gaza desde 2007, estima que o número real de mortos e feridos seja muito maior, pois os serviços de resgate palestinos e as ONGs estrangeiras não conseguem acessar todas as áreas bombardeadas para retirar as vítimas dos escombros.

Rebeldes do Iêmen  

No contexto da guerra, uma fragata francesa que patrulhava o Mar Vermelho abateu, durante esta noite, dois drones vindos do norte do Iêmen, território controlado por rebeldes hutis. Eles ameaçam perturbar o tráfego nesta rota marítima estratégica, caso a população da Faixa de Gaza não receba ajuda de emergência. 

 A interceptação e destruição dos drones ocorreu a 110 quilômetros da costa do Iêmen, na altura do porto de Hodeida, atualmente sob o controle dos rebeldes. No sábado, eles ameaçaram atacar qualquer navio no Mar Vermelho que se dirigisse a Israel.  

A fragata francesa «Languedoc» (D653), interceptou drones vindos do Iêmen no Mar Vermelho. Na foto, o navio em exercício no Mediterrâneo, em 27 de março de 2023.
A fragata francesa «Languedoc» (D653), interceptou drones vindos do Iêmen no Mar Vermelho. Na foto, o navio em exercício no Mediterrâneo, em 27 de março de 2023. AFP - JACK GUEZ

(Com informações da AFP)

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