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Polônia diz que 'nenhum compromisso' é possível com Hungria e Eslováquia sobre apoio à Ucrânia

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse nesta segunda-feira (26) que "não há compromisso" possível em relação às reservas expressas pelos chefes dos governos húngaro e eslovaco sobre o apoio à Ucrânia contra a Rússia na Otan.

Reunião do "Grupo de Visegrado" em Budapeste, Hungria, em 7 de dezembro de 2021.
Reunião do "Grupo de Visegrado" em Budapeste, Hungria, em 7 de dezembro de 2021. AFP - ATTILA KISBENEDEK
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Donald Tusk se reunirá com seus homólogos húngaro e eslovaco, Viktor Orban e Robert Fico, em Praga, na terça-feira (27), a convite do primeiro-ministro tcheco Petr Fiala, que ocupa a presidência da aliança entre estes quatro países da Europa Central, conhecida como "Grupo de Visegrado".

Diferenças profundas foram acentuadas recentemente com relação ao apoio militar à Ucrânia. Viktor Orban bloqueou a ajuda crucial à Ucrânia por meses, antes de ceder no início de fevereiro, sob pressão de seus parceiros da União Europeia (UE), enquanto Robert Fico, o chefe de governo eslovaco, populista eleito em outubro de 2023, questionou a soberania da Ucrânia e pediu um acordo com a Rússia, prometendo cortar a ajuda militar a Kiev.

"Se você é membro da Otan e da UE, por definição e pela própria natureza dessa filiação, você deve apoiar a Ucrânia em sua defesa contra o ataque russo", disse Tusk.

"Qualquer um que não entenda isso, e eu direi isso abertamente amanhã em Praga, está de fato (...) fora de nossas comunidades, e não pode haver nenhum compromisso a esse respeito", insistiu o chefe do governo polonês, à margem de uma conferência de imprensa conjunta com seu colega canadense Justin Trudeau.   

Sinais ambíguos

Quanto a Viktor Orban, "eu lhe direi tudo isso na cara", prometeu Tusk, expressando também seu "espanto" com as recentes declarações do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico. "Não será uma reunião agradável ou simples", disse ele.

"Amanhã, vou a Praga justamente para testar se o Grupo de Visegrado é um formato capaz de apoiar efetivamente todas as ações razoáveis da União Europeia" em favor da Ucrânia, disse Tusk.

O primeiro-ministro polonês prometeu declarar "abertamente", ao retornar de Praga, "se o Grupo de Visegrado ainda tem uma razão de existir" ou não.

Em sua opinião, "é paradoxal que Budapeste e Bratislava estejam hoje em dia enviando sinais tão ambíguos sobre Putin e a Rússia", quando as quatro capitais tiveram "a mesma experiência histórica com a União Soviética, seus tanques [soviéticos] estiveram lá, em Budapeste, Praga, Varsóvia e Eslováquia", apontou.

O grupo de Visegrado (V4) foi fundado em 1991 por esses países da Europa Central em meio à transição pós-comunista, depois de terem feito parte do bloco soviético, que estava sujeito a Moscou.

(Com AFP)

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