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Guerra na Ucrânia: Zelensky foca na defesa aérea após ataque russo a prédio residencial em Odessa

Neste sábado (2), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reiterou seu apelo aos aliados ocidentais para que forneçam mais sistemas de defesa aérea, e que o façam mais rapidamente, depois que ataques russos deixaram pelo menos 11 pessoas mortas, incluindo oito em Odessa, cidade portuária localizada às margens do Mar Negro.

Equipes de resgate trabalham no local de um prédio de apartamentos de vários andares altamente danificado após um ataque de drones russos em Odessa, em 2 de março de 2024.
Equipes de resgate trabalham no local de um prédio de apartamentos de vários andares altamente danificado após um ataque de drones russos em Odessa, em 2 de março de 2024. © Oleksandr Gimanov / AFP
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Um dos principais parceiros da Ucrânia, a Alemanha enfrenta neste momento uma crise inesperada depois que seu Ministério da Defesa confirmou a "interceptação" de trocas de mensagens entre oficiais que discutiam assuntos confidenciais relacionados à guerra deflagrada pela invasão russa na Ucrânia.

Na Ucrânia, um ataque russo a um prédio de nove andares na cidade portuária de Odessa, no Mar Negro, matou oito pessoas na noite de sexta-feira, incluindo duas crianças de três anos e quatro meses, de acordo com uma autoridade regional. Oito pessoas também ficaram feridas, incluindo duas crianças, de acordo com os serviços de emergência.

"Esses ataques não fazem sentido militar (...) Isso é terror, voltado exclusivamente para a destruição de vidas, para a intimidação", denunciou o presidente Zelensky. "É assustador", disse à AFP uma moradora local, Natalia. "Há muitos danos, janelas quebradas, carros...".

Imagens postadas nas redes sociais mostram vários andares de um prédio completamente destruídos.  

"Reforçar o escudo aéreo"

Ao mesmo tempo, três pessoas foram mortas em um bombardeio russo nas regiões de Kherson, Kharkiv e Zaporijjia, de acordo com as autoridades.

"O atraso no fornecimento de armas e sistemas de defesa aérea à Ucrânia para proteger nosso povo infelizmente levou a essas perdas. A Ucrânia não está pedindo nada além do que é necessário para proteger a vida", enfatizou Zelensky, descrevendo como "impossível entender" os "jogos políticos internos ou disputas [entre países] parceiros [de Kiev] que limitam [sua] defesa" contra a Rússia.

Depois de mais de dois anos de guerra, o líder ucraniano tem pedido diariamente a seus aliados ocidentais que forneçam assistência militar mais rapidamente, solicitando, em especial, munição, mais sistemas de defesa aérea e aviões de combate.

No entanto, a ajuda dos EUA ainda está bloqueada no Congresso devido à oposição entre republicanos e democratas, e os europeus, cuja capacidade de produção é limitada, estão demorando a entregar os projéteis prometidos nos últimos meses. A vitória sobre a Rússia "depende de vocês", disse Volodymyr Zelensky a seus aliados ocidentais há alguns dias.

Diante desse cenário de intensa pressão, a Alemanha prometeu neste sábado iniciar uma investigação após a publicação na Rússia de trocas confidenciais entre vários oficiais alemães sobre o fornecimento de armas à Ucrânia, um "assunto muito sério", de acordo com o chanceler alemão Olaf Scholz.

Um membro da coalizão governamental considerou que Moscou, ao divulgar as gravações, estava tentando "intimidar" a Alemanha para que continuasse a se recusar a entregar os mísseis Taurus de longo alcance exigidos por Kiev.

Pressão russa   

De acordo com o ministro da Defesa da Ucrânia, Roustem Oumerov, metade das armas ocidentais prometidas a Kiev está sendo entregue com atraso. Esse problema é agravado pelo cansaço dos soldados na linha de frente, marcados por dois anos de guerra exaustiva contra um exército russo.

Acredita-se que as forças de Kiev tenham realizado seu próprio ataque com drones na noite de sexta-feira, que danificou um prédio residencial em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, a cerca de 1.000 quilômetros da fronteira com a Ucrânia.

A Guarda Nacional Russa disse que "a queda de um drone" foi a causa "provável" do incidente, que levou à evacuação de "cerca de cem pessoas". As autoridades municipais haviam garantido anteriormente que não havia registro de vítimas.

Por sua vez, o Comitê de Investigação da Rússia disse em um comunicado que uma de suas equipes trabalhando na região fronteiriça de Bryansk havia sido atacada por drones ucranianos, deixando uma pessoa ferida.

No front, as forças russas têm ganhado terreno nos últimos dias, tomando várias pequenas aldeias na região oriental de Donbass e forçando os ucranianos a reorganizar suas linhas de defesa na área.

"A situação no front de guerra continua difícil, mas sob controle", disse o comandante-chefe ucraniano, Oleksandre Syrsky, neste sábado, após uma visita às tropas.

(Com AFP)

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