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Hamas divulga vídeo com dois reféns israelenses sequestrados em 7 de outubro; negociações para cessar-fogo continuam

Uma fonte de alto escalão do Hamas disse neste domingo (28) que o movimento palestino apresentará na segunda-feira (29), no Egito, uma resposta à contraproposta de Israel para um cessar-fogo em Gaza. No sábado (27), o movimento radical islâmico divulgou um vídeo mostrando dois reféns israelenses sequestrados durante o ataque de 7 de outubro no sul de Israel e levados para Gaza. 

Camiseta de Aviva Siegel, ex-refém do Hamas, com a foto de seu marido Keith Siegel ainda em poder da organização islâmica palestina. Em 28 de fevereiro de 2024 em Genebra.
Camiseta de Aviva Siegel, ex-refém do Hamas, com a foto de seu marido Keith Siegel ainda em poder da organização islâmica palestina. Em 28 de fevereiro de 2024 em Genebra. © FABRICE COFFRINI / AFP
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O vídeo surge no contexto de negociações, sob a mediação do Catar e do Egito, para uma nova trégua nos combates na Faixa de Gaza associada à libertação de um certo número de reféns. Os dois reféns que aparecem nas imagens se identificam como Keith Siegel, de 64 anos, e Omri Miran, de 47 anos. O fórum de Famílias Reféns confirmou a identidade de ambos.

O movimento islâmico palestino já havia divulgado, na quarta-feira, um vídeo de outro refém israelense, Hersh Goldberg-Polin, de 23 anos.

Este novo vídeo não está datado, mas Omri Miran, 47 anos, indica que está nas mãos do Hamas há 202 dias. Falando presumivelmente sob coação, Omri Miran descreve “uma situação difícil” devido aos “numerosos bombardeios” de Israel na Faixa de Gaza. Ele apela à sua família para que pressione o governo para chegar a um acordo com o Hamas que permita a libertação dos reféns. Ele ainda diz que espera se reunir com sua família no dia da Independência de Israel, em 14 de maio.

“Estamos em perigo aqui.”

Keith Siegel, 64 anos, refere-se às celebrações da Páscoa – a Páscoa judaica cuja semana de festividades termina este ano na noite de segunda-feira – passadas com a família no ano passado e diz: “espero pela melhor surpresa possível”, antes de começar a chorar escondendo o rosto. “Estamos em perigo aqui, há bombas, é estressante e assustador”, disse ele, antes de pedir ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e ao governo que negociem para chegar rapidamente a um acordo que permita a libertação dos reféns.

Os comentários dos reféns são intercalados com mensagens do Hamas, escritas em hebraico e árabe e dirigidas a cidadãos israelenses, como "a pressão militar não permitiu a libertação de seus filhos cativos", ou “faça a coisa certa antes que seja tarde demais”.

“Tudo deve ser feito” para regresso dos reféns, dizem famílias

A organização que representa as famílias dos reféns declara que esta prova de vida mostra claramente que “tudo deve ser feito” para o regresso dos detidos em Gaza, indica Nicolas Falez, enviado especial da RFI a Jerusalém com Nicolas Benita.

As reações também foram ouvidas ontem à noite nas manifestações semanais exigindo o retorno dos reféns. Parentes de ambos os homens falaram, um deles até diretamente a Yahya Sinouar, líder do Hamas em Gaza. “Por favor, tome uma decisão agora”, disse o pai de Omri Miran, um dos reféns que aparece no vídeo divulgado ontem.

Em poucos dias, três provas de vida invadiram a opinião pública israelense. As famílias pediam aos meios de comunicação social que publicassem os vídeos, mesmo que se tratem de gravações feitas sob coação destinadas a servir aos objetivos dos sequestradores.

Com esta série de mensagens de vídeo, o Hamas aumentou consideravelmente a pressão sobre o governo e a opinião pública israelense. E isto, num momento em que muitos se preparam para celebrar esta noite em família o último dia da Páscoa judaica, cuja história bíblica é a da libertação.

Egito, Catar e Estados Unidos tentaram até o momento, sem sucesso, concretizar um novo acordo para uma trégua em Gaza, depois de um cessar-fogo em novembro que permitiu a libertação de 80 reféns israelenses, trocados por 240 palestinos detidos nas prisões de Israel.

No papel de mediador, o Egito enviou uma delegação a Israel esta semana para tentar avançar nas negociações, que acontecem enquanto os combates prosseguem em Gaza.

Nos últimos dias, os esforços diplomáticos foram intensificados para conseguir uma trégua e um acordo que permita a libertação dos reféns sequestrados pelo Hamas desde o início da guerra, há mais de seis meses.

O portal de notícias americano Axios informou que a proposta mais recente de Israel inclui a vontade de debater o "restabelecimento de uma calma sustentável" em Gaza após a libertação de reféns, de acordo com dois funcionários de alto escalão do governo.

Esta é a primeira vez em quase sete meses de guerra que as autoridades israelenses sugerem que estão abertas a discutir o fim da guerra, segundo o Axios.

(Com RFI e AFP)

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