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A Semana na Imprensa

Opositores russos resistem em São Petersburgo, cidade natal de Putin

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As revistas francesas desta semana seguem dando destaque para Vladimir Putin e a guerra na Ucrânia. A revista Le Point traz o presidente russo na capa, em reportagem de enviados especiais à sua terra natal, São Petersburgo, que mostram o clima de insegurança e a violência que impacta os últimos opositores do Kremlin na região.

O presidente russo, Vladimir Putin, é contestado por alguns compatriotas, inclusive em sua cidade natal.
O presidente russo, Vladimir Putin, é contestado por alguns compatriotas, inclusive em sua cidade natal. © AFP
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Na antiga cidade imperial, conhecida por uma intensa vida cultural, o cenário de aparente normalidade é enganoso. Um dos entrevistados, ouvido pela publicação, denuncia as investigações constantes, as detenções preventivas intermináveis, os espancamentos sofridos e as mudanças de endereço a cada seis meses por questões de segurança.

Diante da onda de terror que toma conta da cidade, os contrários à guerra têm adaptado a maneira de protestar. Alguns usam tênis azuis e meias amarelas, reproduzindo as cores da bandeira ucraniana, outros vestem camisetas com mensagens discretas e alguns grupos distribuem jornais e panfletos. Ainda assim, de acordo com a publicação, a maioria dos opositores que consegue se manter vivo, acaba na prisão ou no exílio.

Já a revista semanal L’Express conversa com Robert O’Brien, conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos entre 2019 e 2020, e que relembrou uma declaração de Donald Trump na Assembleia Geral da ONU, em 2018, de que a Alemanha se tornaria totalmente dependente da energia russa se não mudasse imediatamente a sua política energética. O diplomata americano criticou ainda o posicionamento do país europeu e acusou o governo Merkel de tirar proveito das negociações mantidas com a Rússia antes da guerra.

A edição da L’Express traz ainda uma entrevista com o especialista em relações internacionais e professor da Universidade de Chicago, John Mearsheimer, que afirma que caso a Rússia seja derrotada na guerra da Ucrânia, Putin pode optar pelo uso de armas nucleares. O pesquisador, conhecido por suas teorias polêmicas, disse ainda que o grande motivo por trás do conflito é a expansão da Otan. O Kremlin, segundo ele, teria encarado a ideia de fazer da Ucrânia uma barreira ocidental na fronteira com o território russo como uma ameaça à sua própria existência.

E o conflito segue gerando manifestações nos mais diversos segmentos, inclusive do setor artístico. A revista M, do jornal Le Monde, apresenta o livro da fotógrafa ucraniana Yelena Yemchuck com imagens da cidade de Odessa, feitas em 2015, antes que ela se tornasse um ponto estratégico durante a guerra. A artista, exilada nos Estados Unidos, diz que aguarda o fim dos combates para retornar ao país natal e “comemorar a vitória da Ucrânia e a coragem de seu povo”.

Tatiana Átila, especial para a RFI

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