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Brasil-Mundo

Brasil é o grande homenageado no maior festival de música da Suíça

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O Brasil está de volta e é o grande destaque de um dos maiores festivais de música da Europa. O Paléo, o maior festival ao ar livre da Suíça, que acontece há 47 anos, vai homenagear o país na edição deste ano, que começa na terça-feira e vai até o dia 23.  

O festival Paléo é um dos principais eventos culturais à ceu aberto da Suíça.
O festival Paléo é um dos principais eventos culturais à ceu aberto da Suíça. © Divulgação/ Festival Paléo
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Valéria Maniero, correspondente da RFI na Suíça

É no "Village du Monde" que o Brasil vai mostrar a sua cara com a apresentação de 15 artistas e bandas brasileiras.

Jacques Monnier, diretor artístico do Paléo, explicou à RFI que todos os anos eles escolhem destacar a cultura de um país no Village du Monde e isso vai além da música. Para que a experiência seja ainda melhor, há comidas, bebidas e decoração relacionada a esse país.

Ele disse que o Brasil será o homenageado deste ano porque “é um país com uma grande riqueza musical e o nosso público adora festejar ao som da música brasileira”.

A programação inclui o rap engajado de artistas como Emicida, Tássia Reis e BNegão; o soul e o reggae de Bia Ferreira; o pop com a cantora Céu; MPB com Chico César; e uma música mais tradicional, como é o caso da artista e ativista Lia de Itamaracá, de quase 80 anos, e a sua ciranda pernambucana. Além desses artistas, Bala Desejo, Bianca Costa, Cabruêra, Da Cruz, Edgar, João Selva, Roda do Cavacoe TechnoBrass também marcam presença no festival. 

A presença do Brasil na história desse festival

A RFI também conversou com a brasileira Tila Chitunda, cineasta que acompanha a história do festival. Ela explicou a importância dessa homenagem e falou da presença do Brasil no evento. Tila é fundadora de uma associação chamada "Le Renversé", que tem como objetivo construir pontes entre a cultura brasileira e a suíça.

“Eu conheci o Paléo Festival em 2008, quando fui convidada para participar do Village du Monde, fazendo a curadoria de uma série de curtas-metragens que revelasse um pouco do Brasil, o que passava no Brasil naquele momento. Naquele ano, o país estava sendo homenageado pela primeira vez, e aí, além da projeção de curtas, a cultura brasileira foi muito bem representada por artistas, como Siba e a Fuloresta, Vanessa da Mata, DJ Dolores. Além da música, a cultura indígena estava representada no festival com algumas pessoas pertencentes ao povo suruí”, conta.

Ela diz que, em contato com suíços e europeus que circulavam pelo festival, percebeu que eles tinham uma curiosidade positiva em relação ao Brasil, “que ia além da caipirinha, do samba, do futebol”, ressalta. “A gente está falando de 2008 e, nesse momento, o Brasil estava deixando de ser um país periférico e começava a ocupar espaços importantes no cenário político internacional”, diz.

Na opinião da cineasta, a homenagem que o Paléo está prestando ao Brasil em 2023, 15 anos depois da primeira vez, “tem muito a ver com a virada de página que a gente deu na nossa história política recente, em que voltou a valorizar e a reconhecer a música e a cultura brasileira como os grandes embaixadores do nosso país”.

Os Brasis que os artistas vão mostrar na Suíça

Tila Chitunda diz que o Brasil está “super bem representado por artistas que estão vindo das diversas regiões do país”. Ela cita artistas engajados politicamente, como Bia Fereira, Emicida, BNegão e Chico César. 

Além desses grandes nomes, o festival vai apresentar uma nova geração da MPB representada pela banca Bala Desejo, a cantora Céu e também Da Cruz, radicada em Berna. Um dos destaques da programação também será a presença de Lia de Itamaracá, de Pernambuco  representante da cultura popular brasileira. "Do rap ao pop, passando pela MPB, pela cultura popular, o Brasil está muito bem representado no Paléo em 2023”, diz.

Durante os seis dias do evento, mais de 300 mil pessoas devem comparecer ao festival. E o calor humano deve ser acompanhado de altas temperaturas: como os termômetros estão marcando mais de 30 graus, o público vai sentir um pouco a sensação de estar no Brasil. 

A música brasileira em palcos da Suíça

A música brasileira sempre foi muito apreciada e valorizada na Suíça. O Montreux Jazz Festival, por exemplo, que este ano teve, mais uma vez, Gilberto Gil, sempre traz artistas do país, e Genebra também organiza shows que contam com a presença de brasileiros. 

“Eu acho que a música brasileira é um lindo cartão-postal do Brasil. O festival de Montreux apresenta artistas brasileiros em suas edições desde 1978 e é assim quase de forma ininterrupta: todo ano tem brasileiro aqui. O festival abriu com Gilberto Gil e na última edição do festival, agora em 2023, Gil tocou mais uma vez, pela décima sexta vez.  Teve também o pianista Mário Freitas, a cantora Roberta. Enfim, o Brasil sempre muito bem representado nesse que é um dos maiores festivais de música da Europa”.

Segundo Tila Chitunda, nos últimos 45 anos, mais de 150 brasileiros subiram nos palcos de Montreux. Ela lembra também que neste mês Hermeto Pascoal esteve em Genebra. A cineasta, também musicista, faz parte de uma banda, a Sambadelics, que tem algumas apresentações previstas para julho e agosto. Assim como o Xocolate, grupo de forró formado por brasileiros que moram na região de Lausanne.

“Sem dúvida, a música e o Brasil nunca saem de moda aqui na Suíça, independentemente do que a gente está vivendo do ponto de vista político e dos nossos problemas sociais lá no Brasil”, diz Tila.

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