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Esporte em foco

Brasil faz história nos Jogos Pan-americanos no Chile e garante vagas para Paris 2024

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Os Jogos Pan-americanos de Santiago terminam neste domingo (5), e a campanha do Brasil entra para a história: a delegação brasileira bateu recorde de conquistas de 1° lugar em uma única edição da competição, superando as 54 medalhas de ouro do Pan de Lima, em 2019.

A surfista brasileira Aline Adisaka, que conquistou a prata no SUP  nos Jogos Pan-americanos de Santiago, no Chile.
A surfista brasileira Aline Adisaka, que conquistou a prata no SUP nos Jogos Pan-americanos de Santiago, no Chile. © arquivo pessoal
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Por Luciana Quaresma, correspondente especial de Santiago para a RFI

Para o diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Rogério Sampaio, este resultado do Brasil é o fruto de um trabalho de “investimento, esforços e energia no processo de desenvolvimento do esporte brasileiro”.

“É uma participação histórica e elevamos ainda mais o número geral de medalhas e os resultados da nossa equipe. E temos certeza que algumas modalidades têm evoluído de maneira muito forte e vamos tentar continuar neste mesmo ritmo, focados, determinados até o último dia”, afirma o ex-judoca e medalha de ouro na categoria meio-leve do judô nos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992).

A nova geração de atletas da delegação brasileira foi um dos maiores destaques desta edição dos jogos pan-americanos. Miguel Hidalgo, de 23 anos, conquistou o ouro no triatlo, prova que envolve nado, ciclismo e corrida. Na ginástica rítmica, o Brasil garantiu dois ouros e um bronze com a equipe formada por Bárbara Galvão, Deborah Medrado, Giovanna Oliveira, Nicole Duarte e Maria Eduarda Arakaki.

Para Sampaio, este é o reflexo do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo COB desde os Jogos Olímpicos do Rio em 2016. “O trabalho vem sendo bem feito, os investimentos estão sendo realizados onde é necessário, como, por exemplo, os investimentos feitos com os atletas mais jovens. Essa era a preocupação do COB depois dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016 devido à diminuição de apoio e de patrocínio, que poderia comprometer os resultados futuros do esporte brasileiro”, ele explica.

Atletas mais jovens

Ele acrescenta que “foi então que decidimos fazer um trabalho não só de investimento, mas também de desenvolvimento das confederações no que diz respeito aos atletas mais jovens, para que a gente pudesse garantir resultados ainda melhores nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028, e Brisbaine, em 2032”, continua.

E não faltaram jovens atletas na longa lista de medalhistas deste Pan, na capital chilena. “No atletismo, o Renan Gallina, de apenas 19 anos, ouro nos 200 metros masculino, demonstrou um potencial de crescimento ainda muito grande. Outro exemplo é na ginástica rítmica: Maria Eduarda, ouro no arco, de apenas 16 anos e com um talento enorme!”, ele enumera.

Foram muitos os momentos que marcaram esta edição dos jogos, que teve a participação de mais de 600 atletas brasileiros, distribuídos por 54 modalidades. Para Sampaio, alguns resultados entraram para a história.

“Com certeza a ginástica artística e rítmica, o judô, que teve sua melhor participação na história dos jogos pan-americanos, o tênis, principalmente com a Laura Pigossi com uma performance marcante, o boxe, que classificou um número recorde de atletas para os Jogos Olímpicos de Paris e que  também teve sua melhor participação na história dos jogos pan-americanos em números de medalhas conquistadas”, lembra Sampaio.

Tênis feminino de volta ao pódio

Desde a lendária Maria Esther Bueno, em 1963, no Pan de São Paulo, o Brasil não tinha uma mulher no pódio de simples e duplas. Além da conquista em Santiago, Laura Pigossi garantiu a vaga do tênis feminino em Paris 2024. E ao lado de Luisa Stefani, ela foi ouro nas duplas. O Brasil não conquistava o ouro no tênis feminino em um pan-americano desde 1987.

Mas o Pan não fica apenas na história do esporte brasileiro. Para os atletas, os resultados alcançados em Santiago deixam marcas. Aline Adisaka, que representou o Brasil no surfe, volta para casa com a medalha de prata no SUP e não só: na bagagem, uma lista de memorias inesquecíveis.

“Minha experiência representando o time Brasil nestes jogos pan-americanos, integrando a delegação de surfe, foi uma experiência inesquecível, me faltam palavras para descrever, para expressar o que é compor uma delegação de grandes campões, de grandes nomes do esporte, não só do Brasil, mas do mundo. E fazer parte do surfe brasileiro realmente é algo que me enche de orgulho”, enfatiza a atleta.

Mariane Fernandes, da seleção brasileira de handebol feminino, que conquistou a medalha de ouro em Santiago e, com isso, o passaporte direto para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024, também leva na mala grandes recordações do Pan de Santiago.

“Saio daqui com o coração cheio e muito feliz, muito orgulhosa desta equipe. É uma honra fazer parte deste time e de representar o Brasil. E agora vamos celebrar!”.“Não foi fácil chegar onde estamos hoje. Agora é manter, treinar e continuar com foco e rumo à Paris!”, afirma a camisa seis da equipe brasileira, que joga na Espanha.

Fim de Jogos Pan-americanos e agora atletas e Comitê Olímpico do Brasil já estão com a cabeça em Paris 2024. “Estamos em um bom caminho dentro do ciclo olímpico com muitas modalidades demonstrando capacidade de competir em alto nível, mas observamos ainda espaço para crescimento para alguns atletas e algumas equipes, para que possam chegar mais fortes nos jogos olímpicos. Podemos fazer um trabalho individual com alguns atletas e colocá-los entre os favoritos a medalhas nas olimpíadas de Paris, ano que vem”, estima o diretor-geral do COB.

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