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Protestos/Violência

Cinegrafista atingido por rojão no Rio tem morte cerebral

O cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, atingido por um rojão quando filmava um protesto na quinta-feira passada, no centro do Rio de Janeiro, teve morte cerebral, informou hoje (10) a Secretaria Municipal da Saúde. Em nota enviada à agência de notícias AFP, a Secretaria "lamenta informar a morte encefálica do paciente [...] diagnosticada, hoje, pela equipe de neurocirurgia do hospital municipal Souza Aguiar", indica o comunicado.

A morte cerebral do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos, foi anunciada pela Secretaria Municipal da Saúde do Rio.
A morte cerebral do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos, foi anunciada pela Secretaria Municipal da Saúde do Rio. Reprodução TV Brasil/ EBC
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Andrade, de 49 anos, foi ferido quando cobria um protesto contra o aumento da passagem de ônibus que começou pacificamente, mas degenerou em violentos enfrentamentos entre manifestantes e policiais nas proximidades da estação Central do Brasil, centro do Rio. O cinegrafista, que trabalhava na TV Bandeirantes havia dez anos, foi atingido por um rojão. Ele perdeu uma parte da orelha e sofreu afundamento do crânio. Andrade chegou a ser submetido a uma cirurgia, após ser levado para o hospital Souza Aguiar, e desde então, estava em coma induzido na UTI.

A explosão foi registrada por fotógrafos, cinegrafistas e câmeras de vigilância instaladas no local. Neste domingo, a polícia prendeu Fábio Raposo, de 22 anos, suspeito de ter entregue um rojão a uma pessoa que teria detonado o artefato. Raposo foi identificado em imagens de uma reportagem da TV Brasil. Ele foi levado nesta manhã para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio. A polícia pedirá que seja feito um retrato falado na tentativa de identificar e localizar o responsável pela detonação do rojão. Outras cinco pessoas ficaram feridas durante o protesto.

Cinegrafista experiente

Andrade participou de diversas reportagens sobre as dificuldades enfrentadas pelos usuários de transporte público no Rio de Janeiro. Ele era considerado um cinegrafista experiente. Suas coberturas sobre o tema receberam dois prêmios jornalísticos de Mobilidade Urbana, em 2010 e 2012, ao lado do repórter Alexandre Tortoriello.

Casado com Arlita Andrade, o cinegrafista deixa uma filha e três enteados. Ontem, em entrevista à rede Globo, Arlita disse que "faltava amor" às pessoas responsáveis por ferir seu marido. Ela ainda não tinha recebido a notícia da morte cerebral do cinegrafista.

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