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Brasil

Julgamento do mensalão é o maior legado de Barbosa, diz OAB

O anúncio da aposentadoria antecipada de Joaquim Barbosa foi considerado surpreendente. Aos 59 anos, ele poderia trabalhar até os 70 anos, mas decidiu deixar o comando do Supremo Tribunal Federal. Após quase 2 anos à frente do órgão, Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, considera que o julgamento do mensalão é a principal marca deixada por Barbosa.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, anunciou a sua aposentadoria.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, anunciou a sua aposentadoria. STF
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“Sem dúvida o julgamento da ação penal 470, o dito mensalão, é o grande marco da gestão de Joaquim Barbosa à frente do Supremo Tribunal do Brasil”. Sobre o perfil da gestão de Barbosa, Felipe Santa Cruz argumenta: “À frente do Supremo, acho que ele foi mais um personagem do Ministério Público, mais um personagem de acusação do que propriamente um magistrado. Por isso, também, a gestão dele vai ser muito marcada pela ação do mensalão. Ele investiu toda a energia dele nessa questão da condenação das lideranças políticas ligadas ao partido que controla o poder [o PT] executivo há 12 anos”.

Para o advogado, polêmicas à parte, a atuação de Barbosa no julgamento dos dirigentes do PT teve um saldo positivo: “Mostrou um perfil de independência do poder Judiciário diante do Executivo e dos outros poderes. Mas ele não foi capaz, até por traços pessoais e uma certa aridez, de construir um diálogo com as outras forças da Justiça ”, avaliou.

Justamente no que se refere a esse diálogo com os advogados, Felipe Santa Cruz critica o ministro Joaquim Barbosa. “Em diversos episódios ele buscou ou diminuir ou polemizar com os advogados do país que, não têm com ele, uma relação boa do ponto de vista da administração da Justiça. Mas existe o respeito pela figura simbólica que ele foi e pelo caráter ético e correto. Mas não houve avanços da construção do diálogo".

Futuro político

A saída repentina da presidência do STF causou “estranhamento” no meio jurídico, sobretudo às vésperas do começo da Copa do Mundo e em um importante ano eleitoral. Sem arriscar prognósticos sobre o futuro de Barbosa, o presidente da OAB-RJ, avalia que o ministro tem grande “patrimônio político” que pode servir tanto como “apoio de peso” para alguma campanha como para uma futura candidatura a um cargo eletivo.

Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), para concorrer às eleições deste ano, Barbosa deveria ter deixado o Supremo até o dia 5 de abril, seis meses antes do pleito.

Com a saída de Barbosa, o ministro Ricardo Lewandowski deve assumir a presidência do STF.

Ouça a entrevista aqui:

05:01

Entrevista Felipe Santa Cruz

 

 

 

 

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