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Cuba/Brasil

Brasil pode ganhar com eventual fim do embargo a Cuba

A aproximação dos Estados Unidos com Cuba pode trazer benefícios para a economia brasileira. A opinião é de vários economistas, entre eles, Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transacionais).  

A presidente Dilma Rouseff ao lado do presidente de Cuba, Raúl Castro, na inauguração do  Porto de Mariel.
A presidente Dilma Rouseff ao lado do presidente de Cuba, Raúl Castro, na inauguração do Porto de Mariel. Roberto Stuckert Filho/Blog do Planalto
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Em entrevista à RFI, Luis Afonso Lima explica quais poderiam ser os lucros para o Brasil com o eventual fim do embargo à economia cubana. “Essa abertura política pode trazer ganhos para as empresas que investiram no país. O Brasil tem uma posição privilegiada aos países que se mantiveram neutros”.

Para o presidente da Sobeet, o setor agrícola também pode se beneficiar de uma eventual abertura da economia cubana. “Cuba é um produto de cana de açúcar. Isso pode gerar futuras parcerias no setor de energia, uma vez que o Brasil domina a combustão a álcool. Logo essa abertura em Cuba reforça o nosso potencial espaço de exportação dessa tecnologia para outros países”.

Porto de Mariel é vitrine da parceria entre Brasil e Cuba

Em janeiro deste ano, a presidente Dilma Rouseff foi a Cuba inaugurar o porto de Mariel. A obra foi fruto de uma parceria da empresa brasileira Odebrecht com a cubana Quality. Do custo total de US£ 957 milhões, US$ 682 milhões de dólares foram financiados pelo BNDES.

Na ocasião, o embaixador Antonio José Ferreira Simões, subsecretário-geral da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, destacou a importância do projeto para a economia brasileira.

No local, será criada a Zona Especial de Desenvolvimento cubana que servirá como uma plataforma de exportações na qual empresas brasileiras de setores como vidro, tabaco e de medicamentos poderão ser instaladas.

“O Brasil teve ali um papel muito importante: primeiro, é uma empresa brasileira quem constrói o porto; segundo, há um financiamento do Brasil para a venda de produtos e serviços brasileiros para a construção do porto. Outro ponto extremamente importante é que esses elementos todos ajudarão a levar a uma transformação de Cuba; a fazer com que se possa apoiar, dessa maneira, a chamada atualização do modelo econômico”, disse o embaixador.

Economista critica falta de transparência

Apesar de ver pontos positivos na ofensiva diplomática do Brasil em Cuba, o presidente da Sobeet critica a falta de transparência nos projetos de cooperação como no caso da construção do porto de Mariel.

Os defensores do financiamento do porto cubano pelo BNDES dizem que o investimento foi "visionário". Mas Luis Afonso Lima discorda. “Não vi nenhum argumento forte suficiente que justificasse uma obra como essa fora do Brasil. Acho que essa aproximação do Brasil com Cuba foi feita de forma pouco transparente nessa questão do financiamento do porto e na importação dos profissionais de para o programa Mais Médicos”.

Dilma Rousseff rebate as críticas. Ao lado do líder cubano Raul Castro, em Havana, a presidente defendeu a participação brasileira no porto de Mariel. “É um processo ganha-ganha, Cuba ganha e o Brasil também ganha. É um bom negócio (…). O Brasil hoje é um país líder na América Latina e tem suas responsabilidades”.

 

04:20

Entrevista com Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet.

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