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Marina Silva diz que não seria candidata em eleições pós-impeachment

A ex-ministra Marina Silva declarou nesta terça-feira (8) que, nem se quisesse, não poderia ser candidata se novas eleições presidenciais fossem convocadas, no caso de a presidente Dilma Rousseff sofrer impeachment. A líder da Rede Sustentabilidade afirmou em Paris que não poderia concorrer porque tem menos de um ano de filiação ao partido.

Ex-ministra Marina Silva se pronuncia sobre possível candidatura para próximas eleições presidenciais no Brasil.
Ex-ministra Marina Silva se pronuncia sobre possível candidatura para próximas eleições presidenciais no Brasil. REUTERS/Nacho Doce
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A Constituição federal estipula que os candidatos precisam estar filiados a um partido há mais de um ano para poder disputar. “Se disserem que as eleições vão acontecer amanhã, eu sequer serei candidata, porque acabei de me filiar na Rede”, afirmou Marina, depois de participar de um painel na COP21, a Conferência do Clima de Paris. “Ninguém parou para pensar nisso quando dizem que é meu interesse ser candidata. Eu quero é que o Brasil seja passado a limpo. Esse não é o momento de pensar em eleição. É o momento de pensar na nação.”

A ex-senadora voltou a repetir que não considera o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff uma tentativa de golpe, por ser um instrumento previsto na Constituição. Ela se recusou, no entanto, a dizer se é a favor ou contra a saída da presidente do poder. Marina argumentou que a Rede vai se posicionar sobre o assunto na medida em que avançar o processo que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as contas da campanha de Dilma e do vice-presidente, Michel Temer. Segundo a ex-ministra, o julgamento no tribunal eleitoral não seria baseado na “barganha”, ao contrário do processo na Câmara dos Deputados, aceito pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB).

Ex-ministra defende processo da operação Lava Jato

“Se fizerem o processo do TSE com a celeridade que o Brasil precisa, talvez, mesmo que eu quisesse – eu ainda não sei se serei candidata em 2018 -, mas mesmo que eu quisesse, eu não poderia”, reiterou. Ela disse que, por enquanto, são as investigações da operação Lava Jato que estão trazendo “a verdade” sobre a corrupção e a “incompetência” nos governos.

Questionada, Marina afirmou que “não sabia” se outro nome da Rede poderia disputar eventuais eleições. “Estou dizendo que não é momento de falar em eleição. É momento de falar na nação. Estamos em um momento dramático da história do Brasil”, destacou.

Carta de temer simboliza ruptura

A ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula também comentou as divergências entre o PT e o PMDB. Marina avaliou que a carta escrita por Temer, na qual ele reclama que a presidente não confia no PMDB, sinaliza uma “ruptura” dentro do próprio Planalto.

“Eu considero isso uma ruptura, só que não é uma ruptura que se oficializa. Mas, na prática, ela já vem de muito tempo, pelo visto”, comentou."Está narrada na própria carta do vice-presidente. Ele apenas oficializou.”

Meta sobre desmatamento ilegal é criticada

Na programação COP21, a ex-ministra foi uma das palestrantes em um painel sobre desmatamento na Amazônia. Marina lamentou que, em meio à crise política e econômica, a questão ambiental esteja prejudicada no Brasil.

“O desmatamento subiu 16% em um momento de recessão, em que a economia está paralisada. Imagine se estivesse crescendo”, ressaltou. “Se criou uma expectativa de impunidade que voltou na Amazônia, e isso tem um prejuízo enorme para as conquistas que já foram alcançadas”, lamentou.

Marina argumentou que, apesar da queda de quase 80% na devastação da floresta amazônica, um índice de desmatamento de 5 mil quilômetros quadrados continua “inaceitável”. Na sua contribuição apresentada à COP21, o Brasil prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2030. “É preciso tolerância zero com desmatamento ilegal. O que é ilegal não tem como ter um prazo de validade, em momento nenhum. Não há espaço de tolerância para a criminalidade.”

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