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Crise

Les Echos critica flexibilidade de metas fiscais no Brasil

O diário econômico Les Echos informa nesta terça-feira (23) que apesar do corte de R$ 23 bilhões anunciado pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, "o Brasil não vai cumprir suas metas de reequilíbrio orçamentário". O governo aplica uma política de austeridade, mas com o aumento de 40% do desemprego em um ano, as despesas públicas continuam a crescer.

Os cortes anunciados pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, não convenceram o jornal francês Les Echos.
Os cortes anunciados pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, não convenceram o jornal francês Les Echos. Lula Marques/ Agência
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Para ilustrar o impacto recessivo no país, o jornal francês relata as demissões anunciadas na Usiminas, em fabricantes de eletrodomésticos e os planos de redução de investimentos na General Motors. Les Echos explica que o ministro da Fazenda propõe uma reforma profunda do sistema previdenciário, que até hoje não tem uma idade mínima de aposentadoria como existe na Europa, mas adverte que Barbosa enfrenta resistências do Partido dos Trabalhadores (PT) para aprovar seu projeto.

Les Echos assinala que o fato de Barbosa ter feito concessões ao PT, mantendo a flexibilidade nas metas orçamentárias, deixou o país em uma situação ambígua para avaliação das agências de classificação de risco financeiro.

"Inicialmente, o governo tinha se comprometido a estabelecer um superávit orçamentário, depois voltou atrás podendo, agora, registrar um déficit público de 1% do PIB". Essa hesitação mostra que "o governo está longe de poder estabilizar os gastos públicos", afirma o texto.

O economista Neil Shearing, da Capital Economics, diz que o governo deu um tiro n'água. O economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, é mais duro e declara que "depois de ser rebaixado para a segunda divisão, o Brasil corre o risco de cair para a terceira, se não tomar medidas enérgicas".

François Hollande visita Peru, Argentina e Uruguai

Les Echos também analisa o giro do presidente François Hollande na América do Sul. O líder francês visita, a partir de hoje, três países em três dias: Peru, Argentina e Uruguai. A última vez que um chefe de Estado francês esteve em países sul-americanos, à exceção do Brasil, foi em 1997, ainda no mandato de Jacques Chirac.

Segundo Les Echos, os governos de esquerda eleitos na região provocaram um distanciamento dos franceses. Os ventos começaram a mudar com o restabelecimento do diálogo entre a França e o México e a chegada de Mauricio Macri ao governo na Argentina.

O jornal relata que a visita de Hollande a Buenos Aires poderá ser suficiente para que empresas francesas retomem os investimentos no país. Também deve ser ocasião para fazer um balanço das negociações sobre o acordo de livre comércio discutido há vários anos entre o Mercosul e a União Europeia (UE).

No Peru, Hollande vai assinar um acordo de cooperação prevendo a exploração de um satélite militar espião que o governo peruano encomendou à Airbus em 2014 e será entregue este ano. O contrato envolve € 150 milhões.

A etapa uruguaia é dedicada a fortalecer os laços com o socialista Tabaré Vasquez, por meio de acordos de cooperação científica e universitários, além da questão do acordo Mercosul-UE.

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