Acessar o conteúdo principal
Brasil/Caso Jean Charles

Corte Europeia rejeita recurso da família de Jean Charles

A Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) rejeitou nesta-quarta-feira (30) o recurso da família de Jean Charles de Menezes contra decisão da justiça britânica que não condenou individualmente os policiais que mataram o jovem em 2005. O brasileiro foi morto por engano, confundido com um terrorista, duas semanas após os atentados de Londres. O tribunal considerou que as autoridades do Reino Unido "não falharam na obrigação (...) de levar adiante a investigação."

Fotomontagem das faces de Jean Charles de Menezes (direita) e Hussain Osman (e), um dos suspeitos terroristas, colocados juntas e mostrada no Tribunal Central de Londres, Grã-Bretanha. Foto de arquivo 02 de outubro de 2007.
Fotomontagem das faces de Jean Charles de Menezes (direita) e Hussain Osman (e), um dos suspeitos terroristas, colocados juntas e mostrada no Tribunal Central de Londres, Grã-Bretanha. Foto de arquivo 02 de outubro de 2007. Reuters/Files ATTENTION EDITORS
Publicidade

A CEDH, sediada em Estrasburgo, no leste da França, considerou que a justiça britânica realizou "uma investigação efetiva" sobre a morte de Jean Charles, mesmo se "nenhum dos policiais envolvidos" no caso tenha sido condenado. A família do jovem contestava o fato de que nenhum policial havia sido processado individualmente. A procuradoria alegou na época que não havia provas suficientes para indiciá-los.

O recurso foi iniciado pela prima de Jean Charles, Patricia Armani, que agiu em nome da família. Em 2015, em audiência na CEDH, o advogado da família, Hugh Southey, lembrou que "um homem inocente foi deliberadamente abatido por agentes do Estado." Entre os 17 juízes da corte europeia, 13 votaram contra o recurso. A decisão é final.

Caso provocou grande indignação

O caso, que ocorreu após os atentados nos transportes públicos de Londres em 7 de julho de 2005, causou indignação. Duas semanas após os ataques que mataram 56 pessoas e deixaram mais de 700 feridos, bombas não detonadas foram encontradas em estações de metrô e um ônibus. A polícia britânica, no encalço de dois suspeitos que residiam no mesmo endereço que Jean Charles, matou por engano o eletricista de 27 anos em 22 de julho. Ao entrar no metrô para ir ao trabalho, o brasileiro foi baleado várias vezes na cabeça por policiais convencidos de que se tratava de um homem-bomba.

Os policiais envolvidos no caso não foram processados individualmente porque a procuradoria considerou que eles estavam "convencidos" de que lidavam com um homem-bomba, explicou a representante das autoridades britânicas, Clare Montgomery. Eles teriam agido em legítima defesa. Apesar de a justiça britânica ter renunciado a processos individuais, ela foi "muito crítica" quanto à ação policial e a Scotland Yard (a polícia britânica) foi processada "como um todo" e condenada a pagar uma grande multa, insistiu Montgomery.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.