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Crise

Situação no Brasil segue 'delicada' para imprensa francesa

A crise econômica no Brasil recebe destaque nesta quinta-feira (2) na imprensa francesa. O jornal Le Figaro analisa as previsões do PIB divulgadas ontem no Brasil. Já o diário Les Echos questiona se o governo interino vai conseguir reconquistar a confiança dos investidores.

Jornais Les Echos e Le Figaro dão destaque para crise econômica no Brasil.
Jornais Les Echos e Le Figaro dão destaque para crise econômica no Brasil. RFI
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Para Le Figaro, o recuo de 0,3% do PIB no primeiro trimestre do ano é um resultado melhor do que era esperado pelos analistas. Mas a constatação é de que "o sol ainda está longe de voltar a brilhar no céu brasileiro". "Esta é a quinta queda trimestral consecutiva do PIB do gigante sul-americano. O último relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta deterioração das contas públicas, com uma previsão de recessão de 4,3% do PIB este ano e 1,7% em 2017", explica o jornal. O Brasil só deverá encontrar a situação econômica anterior ao início da crise em 2019, estima o diário.

Os cortes anunciados pelo presidente interino, Michel Temer, para diminuir o déficit público, não vão ajudar a melhorar o quadro. Além disso, Temer tem pouca credibilidade política e conduz um governo de bases frágeis, avalia o Figaro. "Em um intervalo de oito dias, ele perdeu dois ministros envolvidos em denúncias de corrupção na operação Lava Jato", informa o texto. De acordo com analistas ouvidos pela publicação, o maior desafio nesse momento é restabelecer a confiança dos investidores.

O único sinal positivo demonstrado pela economia brasileira nos últimos tempos foi o aumento das exportações, conclui o jornal.

Situação política frágil dificulta aprovação de reformas

Les Echos mostra que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tenta transmitir confiança aos investidores, "mas o horizonte ainda é muito incerto, principalmente por causa da crise política". O diário relata que Meirelles trabalha de forma metódica, com uma lista de medidas que devem num primeiro tempo reduzir os déficits e limitar o aumento da dívida pública.

"O governo interino quer enviar ao Congresso a reforma da Previdência e outras medidas emergenciais. Meirelles conta com o apoio do empresariado e investidores. Porém, os brasileiros ainda não se sentem confiantes para consumir diante do aumento do desemprego. O índice chegou a 11,2% em abril e cresceu 42% em um ano", cita Les Echos. 

O diário econômico também chama a atenção para a situação política delicada do presidente interino, Michel Temer. As denúncias da Lava Jato respingam no ministério e na base aliada, no Congresso, o que dá uma dimensão das dificuldades que o governo irá enfrentar para aprovar as reformas econômicas.

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