Brasileiro que assassinou família na Espanha tinha 'desejo incontrolável de matar'
O jovem brasileiro acusado do assassinato de quatro membros de sua família na Espanha confessou ter sucumbido a um "desejo incontrolável de matar". As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (24) durante uma entrevista coletiva concedida pelos investigadores que acompanham o caso.
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A Guarda Civil espanhola realizou a coletiva para anunciar que a investigação já está “encerrada” do lado da polícia. Mas durante o encontro com a imprensa os investigadores forneceram mais detalhes sobre a chacina.
Segundo o comandante da Guarda Civil espanhola, Juan Jesús Reina, François Patrick Nogueira Gouveia confessou que tinha "um desejo incontrolável de matar e que estava consciente disso" quando foi à casa de seus familiares em Pioz (60 km a leste de Madri) no dia 17 de agosto. "Ele sabia claramente o que estava fazendo", tanto que carregava sacos plásticos, fita isolante e uma navalha, detalhou Reina.
Suspeito não lembra de ter assassinado crianças
Depois que a tia Janaína Santos Américo o deixou entrar na residência, o rapar a assassinou na cozinha com a navalha, mas diz não se lembrar do assassinato das duas crianças, de um e quatro anos, indicou Reina. Horas mais tarde, seu tio Marcos Campos chegou, e ele o matou no corredor.
Após esquartejar os adultos e colocar os cadáveres em sacos plásticos, François Patrick tomou banho, descansou por algumas horas e partiu na manhã seguinte para retornar a sua "vida normal", disse Reina. Ainda segundo a polícia, o brasileiro enviou do telefone celular de seu tio, fazendo-se passar por ele, uma mensagem ao proprietário da casa para avisar que atrasaria o pagamento do aluguel, o que aumenta as suspeitas de que planejava retornar ao local, embora nunca o tenha feito.
A cena do crime foi descoberta um mês mais tarde, quando um vizinho alertou devido ao mau cheiro. Logo após os corpos terem sido encontrados o jovem viajou apressadamente ao Brasil. No entanto, na quarta-feira (19) retornou voluntariamente à Espanha e se entregou.
Animosidade contra o tio
Embora o motivo do crime ainda não esteja claro, segundo Reina o jovem sentia uma animosidade pelo tio, a quem insultou diante de várias testemunhas. O policial acrescentou que há detalhes que François Patrick não confessou, provavelmente porque não quer que sua família conheça "a monstruosidade que fez".
O jovem de 19 anos, que admitiu "parcialmente" os crimes, de acordo com um tribunal de instrução, foi indiciado na sexta-feira (21) por dois crimes de assassinato e dois de homicídio. "Ele nos fala a todo momento que não está louco", contou o guarda civil, que o descreveu como uma pessoa solitária, egocêntrica e narcisista, propensa a beber e a fumar. Ele segue detido sem a possibilidade de fiança.
(Com informações da AFP)
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