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Internet

Liberdade na internet diminuiu no Brasil, aponta estudo

A liberdade de expressão na internet piorou pelo sexto ano consecutivo em 2016. As medidas contra redes sociais e aplicativos de mensagens, adotadas por governos que pretendem eliminar dissidências, são apontadas como principal razão, alertou nesta segunda-feira (14) a Freedom House. O estudo aponta um retrocesso da situação no Brasil.

Redes sociais e aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram, são os mais visados
Redes sociais e aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram, são os mais visados Getty Images
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O relatório "Liberdade na Rede", realizado pela organização baseada em Washington, estudou a situação de 65 países, o equivalente a 90% dos internautas do planeta. O documento afirma que 34 das nações analisadas tiveram uma deterioração da liberdade na internet desde junho de 2015. As práticas de censura visam principalmente as críticas ao governo, aos militares e à famílias governantes.

No caso do Brasil, o documento aponta que a liberdade na internet diminuiu no país entre 2015 e 2016, entre outras razões, por causa de decisões de juízes regionais que bloquearam temporariamente o WhatsApp. O estudo fala sobre o debate do Marco Civil e explica que “apesar de uma legislação mais progressista sobre os direitos digitais, a liberdade na internet continua limitada pela violência contra os blogueiros independentes, as leis de difamação criminal, as restrições sobre o anonimato e as restrições sobre conteúdos ligados às eleições”.

Cerca de dois terços dos internautas sofrem censura do governo

No âmbito mundial, pelo menos 67% dos internautas vivem sob algum tipo de censura imposta por seus governos. O relatório aponta que um crescente número de países restringem ou censuram as plataformas de mensagens e as redes sociais.

"Os populares Facebook e Twitter estiveram sujeitos a uma crescente censura durante vários anos, mas agora os governos perseguem cada vez mais os aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram", explicou Sanja Kelly, diretora da pesquisa. "Essas ferramentas podem propagar informação com rapidez e segurança, e alguns governos as veem como uma ameaça", acrescentou.

Presos por causa de um “like” no Facebook

As autoridades de 38 países prenderam pessoas devido à publicações nas redes sociais em 2016. Internautas chegaram a ser detidos apenas por causa de um compartilhamento ou de um “like” no Facebook. O número de prisões cresceu 50% desde 2013.

A China foi o país que mais afetou a liberdade de expressão na internet, pelo segundo ano consecutivo. Os chineses são seguidos por Síria e Irã, apontou o relatório da Freedom House.

Entre os países que sofreram maior degradação se destacam Equador, Uganda, Bangladesh, Camboja e Líbia, enquanto a liberdade de expressão online melhorou no Sri Lanka, Zâmbia e Estados Unidos, devido à aprovação de leis que limitam a coleta de metadados das telecomunicações. Os governos de 24 países limitaram ou bloquearam o acesso às redes sociais e ferramentas de comunicação, contra 15 do ano passado.

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