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“O jornalista se tornou alvo deliberado”, diz Repórteres Sem Fronteiras

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Informar é um combate. Em 2016, pelo menos 74 jornalistas perderam a vida no exercício de suas funções (53 assassinados deliberadamente e 21 enquanto trabalhavam). Os números são do relatório anual da ONG Repórteres Sem Fronteira (RSF). Emmanuel Colombié, diretor do departamento Américas da RSF, baseado no Rio de Janeiro, lamenta que os jornalistas tenham se tornado, em muitos casos, “alvo deliberado”.

Emmanuel Colombié, diretor do escritório Américas da ONG Repórteres Sem Fronteiras.
Emmanuel Colombié, diretor do escritório Américas da ONG Repórteres Sem Fronteiras. D.R.
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No ano anterior, 101 profissionais morreram em pleno trabalho. Para Colombié, a redução da mortalidade em 2016 pode ser explicada talvez pelo exílio de jornalistas originários de regiões em conflito, como Síria, Iraque, Líbia, Iêmen, Afeganistão e Burundi. “Mas infelizmente a violência continua a nível mundial”, observa o jornalista francês.

“Além disso, a violência acontece cada vez mais de forma deliberada – o profissional é atacado e assassinado por ser jornalista. É uma situação muito alarmante, que reflete o fracasso das iniciativas internacionais voltadas para a proteção dos profissionais”, acrescenta Colombié.

O Brasil aparece na lista com quatro óbitos: João Miranda do Carmo, Manoel Messias Pereira, João Valdecir de Borba e Maurício Campos Rosa. O representante da RSF explica que esses casos e outras mortes de anos anteriores se referem sempre a jornalistas que se dedicam a cobrir histórias de corrupção e crime organizado.

Jornalistas que incomodam se tornam alvos

“Esses repórteres tentam falar de assuntos que incomodam, trabalham de forma objetiva, mas se tornam alvos e o modo de extermínio é sempre por grupos encapuzados com armas de fogo”, fala Colombié. Ele ressalta que essa situação é observada em todo o continente latino, “por conta da corrupção e da violência estrutural”.

O responsável da ONG diz que houve outros casos no Brasil, mas que a RSF não conseguiu dados suficientes para ligar diretamente os assassinatos à prática jornalística. Emmanuel Colombié explica que a impunidade também é outro empecilho para a apuração de dados.

Para ouvir a entrevista completa, clique na foto no alto do texto.
 

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