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Brasil/Corrupção

Le Monde relata prisão de Eike Batista, o “Steve Jobs do Brasil”

O jornal Le Monde que chegou às bancas na tarde desta segunda-feira (30), trouxe uma reportagem sobre a prisão de Eike Batista, que se entregou às autoridades brasileiras após ter se refugiado em Nova York. O vespertino conta como o empresário, que já foi o homem mais rico do Brasil, conquistou sua fortuna antes de ser envolvido no escândalo de corrupção.

Ao desembarcar no Brasil, Eike Batista foi levado para a prisão Ary Franco, no Rio de Janeiro
Ao desembarcar no Brasil, Eike Batista foi levado para a prisão Ary Franco, no Rio de Janeiro REUTERS/Ueslei Marcelino
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A correspondente do jornal francês no Brasil lembra que em 2012 o patrimônio de Eike Batista era estimado em US$ 30 bilhões e que ele chegou a ser a sétima fortuna mundial. O vespertino explica que o empresário aproveitou a evolução da economia brasileira, a partir de 2003. Para garantir o crescimento de seus negócios, ajudou a financiar campanha de políticos, que não tinham "nem ideologia nem convicção". Entre esses políticos estava o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, preso desde novembro, envolvido em uma das ramificações do escândalo da Petrobras, conta Le Monde

O jornal também traz uma análise do economista Gesner Oliveira, que lembra que “a ascensão de Eike coincide com a espetacular progressão econômica do Brasil, adubada pela explosão dos preços das matérias primas”. Segundo o especialista, o sucesso nos negócios do empresário é um reflexo da situação brasileira, que “viveu um boom econômico frágil e superficial”.

A reportagem conta que Eike sempre foi compulsivo. No entanto, segundo Malu Gaspar, autora do livro “Tudo ou nada, Eike Batista e a verdadeira história do grupo X”, citada pelo vespertino, ele é mais bem-sucedido na construção de sua imagem do que cuidando de seus negócios. "Ele era capaz de traçar o caminho de oleodutos baseado apenas em programas de mapeamento, como Google Maps", conta a escritora, para dar uma ideia de quão aproximativos podem ser seus investimentos. Segundo ela, o império de Eike Batista era um verdadeiro “castelo de areia”.

Medo de ficar em cela comum

Le Monde relata que, como Eike abandonou os estudos, ele não pode beneficiar de uma cela especial, para presos com nível universitário. Por essa razão, explica Malu Gaspar, “ser preso aterroriza Eike”. Afinal, como lembra o jornal, o ex-bilionário poderá ser obrigado, segundo a lei brasileira, a cumprir uma pena junto com chefes de gangues, bandidos de periferias e pequenos traficantes.

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