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Política

Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara

O candidato preferido do Palácio do Planalto, o deputado Rodrigo Maia, do DEM, vai comandar a Câmara dos Deputados até 2019 e ocupar a Presidência da República na ausência de Michel Temer. Ele venceu em primeiro turno com 293 votos, contra 105 votos de Jovair Arantes (PTB), 59 de André Figueiredo (PDT), 28 de Júlio Delgado (PSB), 10 de Luiza Erundina (Psol) e 4 de Jair Bolsonaro (PSC). Foram cinco votos em branco.

Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara
Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara AFP
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Luciana Marques, correspondente da RFI em Brasília  

Rodrigo Maia ocupou a cadeira mais cobiçada da Casa nos últimos sete meses num “mandato-tampão”, para substituir o peemedebista Eduardo Cunha, que foi afastado da Câmara depois de decisão judicial. Agora, reeleito, deve tocar projetos de interesse do presidente da República, Michel Temer.

No discurso antes da votação, Maia defendeu as reformas propostas pelo governo Temer, como a previdenciária, e prometeu aprová-las ainda no primeiro semestre. “Precisamos que essa casa seja protagonista nas reformas. Um parlamento que entregue em 2018 um país crescendo, gerando emprego e com taxa de juros decrescentes”, declarou.

Ele também fez uma menção indireta ao fato de o Judiciário interferir em questões envolvendo a Câmara. Maia registrou sua candidatura de última hora porque aguardava decisão do ministro Celso de Mello sobre mandados impetrados por seus concorrentes para tentar barrar sua candidatura. Eles argumentaram que Maia não poderia se reeleger, mas o ministro indeferiu os pedidos.

"Quando se fala em Câmara forte, precisa-se atuar para que a Câmara seja forte. Nossos problemas, nossos embates precisam ser resolvidos aqui dentro para mostrar ao Judiciário e ao Executivo que a Câmara exige respeito", declarou Maia.

Discursos exaltados

A eleição ocorreu em meio a discursos exaltados de deputados sobre as chamadas candidaturas avulsas, que não estavam previstas nas listas de lideranças. Essas candidaturas eram para outros dez cargos que compõem a Mesa Diretora: vice-presidentes, secretários e suplentes. O deputado Silvio Costa, do PTB, que teve a candidatura indeferida, por exemplo, gritava no plenário enquanto Rodrigo Maia discursava.

O deputado Jair Bolsonaro, do PSC, defendeu o setor agropecuário e a bancada ruralista. Ele pediu aos deputados que a eleição fosse para o segundo turno, mesmo sabendo das chances remotas de sair vencedor. Ele disse que só não tem menos chances do que os que “não se candidataram”.

Já o candidato Jovair Arantes, do PTB, afirmou que a Câmara não pode ser um “puxadinho” do Executivo ou do Judiciário. Ele disse que não aceitará ataques a deputados. “Mexeu com a Câmara, mexeu comigo”, declarou. Jovair prometeu o fim das sessões às 21h porque, segundo ele, a Câmara “não é boate para funcionar à noite”. O candidato espalhou cartazes nos arredores da Esplanada dos Ministérios pedindo votos aos colegas.

Terceira vez que se candidata à vaga, o deputado Júlio Delgado, do PSB, se descreveu como “íntegro, autêntico, leal e companheiro”. Ele comentou as investigações da Lava Jato: “A instabilidade jurídica e institucional volta a pairar”.

Candidato da oposição

O candidato da oposição, André Figueiredo, do PDT, falou sobre a falta de espaço da representação feminina e o excesso de interferência do Palácio do Planalto no Legislativo. “Há usurpação do poder por parte do Poder Executivo de legislar, um abuso de medidas provisórias do Poder Executivo.”

Em campanha para ser a primeira mulher presidente da Câmara, Luiza Erundina, do Psol, atacou o governo Temer, o chamando de “golpista” e “ilegítimo”. Ela prometeu ampliar o diálogo com a sociedade, para que a Câmara não sirva ao que chamou de “interesses coorporativos dos parlamentares”.

Vários deputados transmitiram condolências à família do ex-presidente Lula pelo falecimento de sua esposa, Marisa Letícia. Eles fizeram um minuto de silêncio em homenagem à ex-primeira dama.

No último boletim médico divulgado pelo Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde foi internada, os médicos informaram que não há fluxo de sangue no cérebro de Marisa Letícia e que iniciaram os procedimentos para doação de órgãos, depois de autorização da família. Ela sofreu um AVC há dez dias.

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