Justiça espanhola nega recurso de Neymar em processo por corrupção
O atacante brasileiro Neymar, do clube de futebol Barcelona, está a um passo de ser julgado, depois de a Justiça espanhola ter negado o seu recurso no processo por crimes de fraude e corrupção entre particulares decorrente da contratação do jogador pelo clube catalão.
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Em um auto divulgado nesta segunda-feira (20), a Audiência Nacional, principal instância penal espanhola, negou os recursos de Neymar, do Barcelona como pessoa jurídica, do clube Santos, no qual o jogador atuava, e da empresa N&N, criada pelos pais do jogador. Para que o atacante sente no banco dos réus, falta apenas que o juiz instrutor do caso autorize o início do julgamento.
No seu recurso, Neymar alegou que "vinha se dedicando exclusivamente a jogar futebol, depositando sua absoluta confiança, cega, em seu pai", que era o agente exclusivo do jogador (encarregado da exploração da imagem dele e da gestão da sua carreira professional)", segundo o auto.
Diante disso, os magistrados lembram "como antecedente, com as diferenças entre os fatos que são objeto do procedimento, o caso de Leo Messi, que alegou os mesmos argumentos defensivos e, finalmente, foi julgado, sendo condenado a 21 meses de prisão por delito fiscal.
Transferência do Santos para o Barça
A negação do recurso supõe que Neymar será julgado no marco da investigação por suposta "estafa" e "corrupção entre particulares" nos contratos para sua transferência do Santos para o Barcelona, depois de uma denúncia do grupo brasileiro DIS, antigo proprietário de parte dos direitos do jogador, que se considerou prejudicado na operação.
Em um primeiro momento, o Barcelona avaliou oficialmente a transferência de Neymar em € 57,1 milhões (€ 40 milhões para a família de Neymar e € 17,1 milhões para o Santos), mas a Justiça espanhola calcula que foi de, pelo menos, € 83,3 milhões.
O DIS, que recebeu € 6,8 milhões dos € 17,1 milhões pagos ao Santos, estima que Neymar e o Barça se aliaram para ocultar o real montante da transferência.
A promotoria espanhola solicita dois anos de prisão para Neymar por "corrupção na transação" nesse caso, enquanto o DIS, no papel da acusação, solicitou cinco anos de prisão por "corrupção entre particulares".
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