Ponte Guiana-Brasil é “inaugurada” sem ministra francesa
O governador do Amapá, Antônio Waldéz Góes, e o governador da Guiana Francesa, Martin Jaeger, "abriram" neste sábado (18), em uma cerimônia simbólica, a ponte binacional que une o departamento francês ao Brasil. Mas a ministra francesa do Meio Ambiente, Ségolène Royal, que tinha anunciado sua presença no ato, voltou à França antes da hora.
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Ségolène Royal retornou à França na noite de sexta-feira (17). Ela alegou que tinha assuntos urgentes para tratar em Paris, depois de perceber que o governo federal brasileiro não havia enviado nenhum ministro à cerimônia.
Ségolène passou três dias na Guiana Francesa, mas sua agenda foi perturbada por manifestações de ativistas que protestaram contra a demora na assinatura do "pacto do futuro", um programa de investimentos de € 2 bilhões prometido pelo presidente François Hollande em 2013. O mandato de Hollande termina em maio e a população local ainda não viu a cor do dinheiro.
Ontem, enquanto Ségolène participava de uma conferência sindical em Caiena, a sala foi invadida por homens encapuzados do grupo "Os 500 Irmãos". O movimento foi criado recentemente por cidadãos franceses insatisfeitos com a falta de segurança no departamento ultramarino. Não houve violência, mas Ségolène decidiu antecipar seu retorno a Paris.
Inauguração definitiva só em setembro
A cerimônia simbólica de inauguração da ponte Brasil-Guiana sobre o rio Oiapoque teve direito a fita de inauguração, foto oficial, pronunciamento de autoridades, coquetel e apresentação de danças típicas indígenas e crioulas. Mas chamou a a atenção o fato de nenhum ministro do governo federal integrar a lista de presentes, apesar do deslocamento da comitiva francesa.
O governo brasileiro ficou incomodado com a pressão dos franceses para a abertura da ponte, mesmo sem a finalização das obras da alfândega do lado do Brasil – principal motivo para o atraso da inauguração. A ponte está pronta há seis anos, e o governo francês afirma que cansou de esperar.
A abertura da ponte será apenas parcial. Num primeiro momento, só pedestres e carros de passeio poderão utilizá-la. A expectativa é de que ainda haja uma inauguração “definitiva”, com as presenças dos presidentes do Brasil e da França. Ela deve ocorrer no segundo semestre, dependendo das relações diplomáticas entre os países.
A licença ambiental emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é válida por um período de dez anos e pode ser renovada.
Com informações de Luciana Marques
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