Hong Kong suspende compra de carne congelada e fresca do Brasil
Seguindo o exemplo chinês e da União Europeia, a cidade de Hong Kong anunciou no final da tarde de terça-feira (21) a suspensão temporária das importações de carnes brasileiras.
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Vivian Oswald, correspondente da RFI Brasil em Pequim
O Centro para Segurança Alimentar (CFS) do Departamento de Saúde Alimentar e Ambiental de Hong Kong anunciou que "tendo em vista o fato da qualidade da carne exportada pelo Brasil estar sendo questionada, em nome da prudência, o CFS decidiu suspender temporariamente as compras de carnes congeladas e frescas de bovinos e aves brasileiros". A medida tem efeito imediato, segundo a nota da autoridade sanitária.
O CFS vai manter os contatos com as autoridades relevantes no país para obter as informações detalhadas. Além disso, a fiscalização sobre carnes bovinas e de aves vindas do Brasil será reforçada para garantir a segurança alimentar e a saúde pública, disse um porta-voz do CFS.
Nos últimos três anos, segundo o CFS, foram colhidas 17.060 amostras de carnes de bovinos e aves para teses de rotina. Entre elas, apenas 36 amostras foram consideradas insatisfatórias e nenhuma delas estava relacionada à qualidade dos produtos brasileiros.
China e Coreia do Sul
A China confirmou a suspensão e afirmou que é cedo para se falar no fim das restrições. Os carregamentos que chegam ao país ficam retidos até segunda ordem.
"O que posso dizer é que para proteger a segurança dos consumidores chineses, adotamos algumas medidas preventivas e temporárias. Esperamos que o Brasil conduza investigações profundas e de maneira aberta e transparente e crie medidas rígidas para assegurar a segurança e a credibilidade dos produtos vendidos à China", destacou a porta-voz do governo, Hua Chunying.
A Coreia do Sul, por sua vez, voltou atrás e, menos de 24 horas depois de anunciar que suspenderia temporariamente a importação de carnes do Brasil, decidiu manter as compras do produto brasileiro. O país tinha sido o primeiro a anunciar restrições às carnes brasileiras, mas ficam mantidas regras mais rígidas de fiscalização para os contêineres que desembarcam no país.
A amostragem do produto a ser inspecionado daqui por diante será de 15% e não mais de 1%, como antes. Em nota, o Ministério da Agricultura, a pasta e a autoridade sanitária do país afirmam ter recebido a informação do governo brasileiro de que os 21 frigoríficos investigados pelo Brasil não haviam exportado para o país. Os sul-coreanos foram os primeiros a anunciar, ainda na segunda-feira, que suspenderiam temporariamente à compra de carnes da BRF.
O Brasil é o principal fornecedor estrangeiro de frango para a Coreia do Sul. Os coreanos produzem 660 mil toneladas de frangos e importam 110 mil toneladas. Deste total, 80% vêm do Brasil, ou 93,5 mil toneladas. Em seguida, vêm Estados Unidos e Dinamarca, com 6,8 mil toneladas e 6,3 mil toneladas, respectivamente. A suspensão anunciada pelo país na segunda-feira se referia apenas a carnes da BFR, responsável por 50% das vendas brasileiras de frangos à Coreia do Sul.
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