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“Crise no Brasil afeta mercado editorial”, diz escritora Lilian Fontes

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A escritora carioca Lilian Fontes prepara seu quarto livro de ficção com a ambição de transformá-lo em uma epopeia ligada à história do Brasil. Ao mesmo tempo que acerta os últimos detalhes do primeiro volume, ela começa a prospectar o interesse de editoras pela sua obra, em meio a uma situação delicada atualmente para o setor.

A escritora brasileira, Lilian Fontes.
A escritora brasileira, Lilian Fontes. RFI
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“Ele morreu sem saber”, nome escolhido para seu novo livro, é um desafio que Lilian Fontes pretende desdobrar em três volumes para contar uma saga familiar tendo como pano de fundo um grande período da história do país.

No entanto, a crise política e econômica está afetando o mercado editorial nacional e deixando seu plano com futuro indefinido. “As editoras estão com dificuldades. No Brasil, a literatura sempre teve um caminho mais difícil para encontrar leitores. A literatura estrangeira, os best-sellers, têm uma entrada muito maior. As editoras têm um retorno maior e elas estão tendo que optar por essa linha mais do que nos autores brasileiros”, constata.

Segundo Lilian, as editoras priorizam neste momento respeitar contratos firmados anteriormente e estão “fechadas” para novos projetos. Por isso, seu foco continua sendo a etapa final de escritura, antes de se lançar de vez na busca de um meio de publicar o novo livro.

Carreira polivalente

Apesar da graduação em arquitetura, estudos de filosofia e uma carreira acadêmica de doutorado e pós-doutorado em Comunicação e Cultura com especialização em televisão, Lilian diz que sua maior motivação está na literatura.

“Minha verdadeira paixão é a ficção literária, onde coloco minha maior carga de emoção e visão sobre a condição humana. A literatura é o maior meio trabalhar o ser humano em seus diversos valores e perspectivas”, contou na entrevista à RFI Brasil.

“Fiz arquitetura porque gostava muito de desenho e, na época, me disseram muito sobre a questão financeira, de não conseguir viver de ficção no Brasil, que é uma grande verdade até hoje, com raras excessões”, comenta.

Lilian estreou na literatura em 1991, com o livro de contos “Escrita Fina”, (Livraria Taurus-Timbre Editora), que, afirma, teve uma boa repercussão e foi bem recebido pela crítica, abrindo possibilidades para outras aventuras literárias.

Na sequência, participou de coletâneas de contos e outros projetos editoriais, além de publicar outros três romances: Espantalhos (Relume- Dumará, 1994), Santo Dia (Ed. Record, 2002) e De Olhos Bem Abertos (Ed. Record, 2011).

Mercado para biografias

Além da ficção literária, sua maior paixão, Lilian Fontes encontrou um filão no mercado editorial: o de autora de biografias. Sua primeira experiência foi em 2003, quando a pedido de sua editora, transformou em livro a trajetória profissional do médico Paulo Niemeyer Filho. Depois, colaborou com o Doutor Ivo Pitanguy na elaboração de sua biografia “Viver vale a Pena”, (Ed. Casa da Palavra, 2014).

Nos últimos anos, notou um interesse crescente de muitos particulares em transformar em livros suas trajetórias e experiências de vida, sem ambições comerciais. “Muitas pessoas, muitas famílias me procuram para fazer um registro sobre a história profissional, por exemplo. Atualmente, muitos judeus têm me procurado para registrar seus percursos, as histórias de suas famílias para deixar um registro para os netos e as novas gerações”, contou.

 

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