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Brasil/Escândalo

Política de apoio a empresas brasileiras é abalada por escândalo da JBS, diz Le Figaro

Le Figaro desta terça-feira (25) revela o “outro escândalo de Estado no Brasil: a decadência da gigante mundial de carne JBS”. O artigo, publicado no suplemento de economia do jornal conservador, diz que a queda do grupo, no centro da investigação de corrupção envolvendo o presidente Michel Temer, balança o modelo brasileiro de grandes empresas nacionais.

Le Figaro revela o outro escandalo de estado no Brasil: a decadência do gigante mundial de carne JBS
Le Figaro revela o outro escandalo de estado no Brasil: a decadência do gigante mundial de carne JBS Reprodução RFI
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Até pouco tempo atrás, a história da JBS era a de uma bela aventura capitalista, informa o texto. Em 50 anos, a família batista transformou um modesto abatedouro de Anápolis, no interior de Goiás, no número 1 mundial do setor de carne. Mas hoje, a principal empresa da holding familiar, mais conhecida pela marca Friboi, vacila.

O artigo lembra que o crescimento espetacular do grupo foi inflado por ajuda públicas em massa durante o governo Lula. Ele se beneficiou da política do governo de esquerda para tentar impor o Brasil no clube de grandes potências mundiais. Brasília promoveu empresas em setores-chave, como o agroalimentar, para criar influentes atores globais.

JBS representava US$ 45 bilhões em volume de negócios em 2016, contra US$ 1 bilhão em 2004, graças ao apoio do BNDES. Ela recebeu entre 2002 e 2013, US$ 3,9 bilhões em empréstimos a taxas de juros reduzidas ou participação em seu capital, se transformou no segundo grupo agroalimentar mundial, e tem 200 mil funcionários em todo o mundo.

Em contrapartida da generosa ajuda pública, Joesley Batista afirma ter pago mais de US$ 400 milhões em propinas, entre 2007 e 2010, ao PT e ao PMDB.

Escândalo da Carne Fraca

A situação de bonança começou a mudar no escândalo de fraude Carne Fraca, em março deste ano, que iniciou a desvalorização das ações da empresa, aponta Le Figaro. A tempestade se consumou em maio, quando JBS deixou as páginas econômicas dos jornais para ocupar as manchetes da editoria de polícia por seu envolvimento no escândalo de corrupção que pode destituir o presidente Michel Temer.

Em menos de quatro meses, JBS perdeu a metade de seu valor nas bolsas, ao mesmo tempo em que acumula dívidas de US$ 14 bilhões. Um analista entrevistado pelo diário diz que a única saída, diante da perda de credibilidade e incertezas, é o enxugamento e a venda de ativos da holding que controla a JBS.

Algumas empresas já foram vendidas. No entanto, outro especialista ouvido pelo Le Figaro duvida da capacidade da JBS de se recuperar sem a máquina de subsídios e desvio de dinheiro que representava, segundo ele, o BNDES. O caso questiona a política de apoio do governo para criar multinacionais brasileiras. Essa estratégia beneficia acionistas, como os da Ambev, a gigante do setor da cerveja, mas não os consumidores, os investimentos e a inovação.

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