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"Reformas do governo Temer serão positivas", diz cientista político

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A vitória na votação no Congresso, pelo arquivamento da denúncia por corrupção passiva, mostrou que deu certo a estratégia de Michel Temer de formar uma base parlamentar com várias correntes desde o início, analisa João Paulo Peixoto, cientista político e professor da Universidade de Brasília.

O cientista político João Paulo Peixoto, professor da UnB.
O cientista político João Paulo Peixoto, professor da UnB. Reprodução de vídeo youtube
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“O resultado da votação tem vários componentes. A decisão de um determinado parlamentar ou do partido de votar a favor ou contra tem que levar em conta, por exemplo, as questões locais, ou seja, o reduto eleitoral do deputado em questão. Ele pode ser até a favor ou contra, mas por questões locais, ele precisa votar de uma maneira ou outra”, diz o especialista.

“O fato de o presidente ter ganho é resultado de que efetivamente ele construiu uma base parlamentar”, diz João Paulo Peixoto. “Como nós vivemos atualmente em um processo que é quase um semi-parlamentarismo, pois o executivo depende muito do legislativo, ele foi muito hábil em montar essa base, que está dando resultados”, acrescenta.

"Apatia tradicional no Brasil"

Em relação à falta de manifestações populares contra um presidente tão impopular, o cientista político diz que a “apatia da população é tradicional no Brasil”. Para ele, os brasileiros se mobilizaram bastante pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff e se cansaram diante de um cenário político que não muda. “E isso é muito ruim”, opina Peixoto.

“A baixa credibilidade da política e dos políticos é um fenômeno quase universal”, acredita o professor da UnB. “Quanto à popularidade do presidente, eu diria que ela tende a melhorar na medida em que melhorar a situação econômica do país. Política e economia estão intimamente ligados, como se sabe, e uma afeta a outra diretamente”, acrescenta.

"Reformas serão positivas"

Para Peixoto, os impactos das reformas serão positivos, tanto do ponto de vista das contas públicas, como do aspecto moral e ético. “Há muita diferenciação no Brasil entre categorias profissionais, como os aposentados do setor público, que têm uma situação altamente vantajosa em relação aos aposentados do setor privado. E a reforma da previdência não só vai ter esse impacto financeiro, vamos dizer assim, para as contas públicas, na medida em que vai ter impacto na diminuição do déficit, mas também sobre esses aspectos éticos, morais, que podem tornar o Brasil mais igualitário”, analisa o cientista político.

Para ouvir a entrevista, clique na foto no alto.

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