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Crise/pobreza

Crise no Brasil e Venezuela faz pobreza aumentar na América Latina

A pobreza na América Latina cresceu em 2016 e alcançou 30,7% da população, principalmente pelo revés econômico no Brasil e na Venezuela, que reduziu a média regional, informou na quarta-feira (20) um relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Favela do metrô Mangueira, no Rio de Janeiro
Favela do metrô Mangueira, no Rio de Janeiro Tânia Rêgo/ Agência Brasil
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A pobreza média na região "sobe basicamente por causa de dois países, que são justamente Brasil e República Bolivariana da Venezuela", disse Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal.

Bárcena explicou em coletiva de imprensa que em ambos os países a pobreza cresceu mais que no resto da região, em meio a fortes retrações econômicas, contrastando com a tendência geral de reduzir o problema graças a políticas redistributivas e melhoria dos salários.

A taxa de 30,7% indica que 186 milhões de latino-americanos são pobres, um aumento frente aos 28,5% (168 milhões) de 2014. A pobreza extrema alcançou em 2016 a 10% da população, equivalente a 61 milhões de pessoas, uma piora frente aos 48 milhões (8,2%) anterior.

Crianças e adolescente são mais afetados

O "Panorama Social 2017" da Cepal também revelou que crianças e adolescentes, com idades entre 0 e 14 anos, são o grupo mais afetado pelo problema, pois representam 46,7% do total dos pobres e 17% dos extremamente pobres.

O fato de que a pobreza tem a face de uma criança é muito preocupante na região. "Crianças e jovens ainda são nosso calcanhar de Aquiles", disse Bárcena.

Outros grupos vulneráveis são mulheres e a população de áreas rurais. O estudo indica que a pobreza extrema aumenta entre as mulheres em idade produtiva, uma tendência que, longe de diminuir ou estabilizar, se acentuou, afirmou.

Progressos foram registrados entre 2002 e 2014

A redução notável dos índices de pobreza e pobreza extrema registrada entre 2002 e 2014, com progressos similares em toda a região, perdeu ritmo em 2015 e 2016, ano em que a economia latino-americana recuou 0,9%, indicou Bárcena.

Ela antecipou que a taxa vai continuar estável em 2017 porque a América Latina mostrou uma tendência a recuperar o crescimento econômico que "representa um papel muito importante" para amenizar o problema.

A Cepal alertou também para os desafios futuros aos sistemas de aposentadoria da região, considerando que, para 2040, a população de 60 anos ou mais vai superar a de 0 a 14.

"Somos uma região que está envelhecendo e temos desafios muito importantes", disse Bárcena, destacando que 142 milhões de pessoas economicamente ativas ainda não têm cobertura nos sistemas de previdência social.

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