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Imprensa

El País diz que Brasil está obcecado em ver Lula na prisão

A imprensa europeia repercute nesta quinta-feira (25) a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª região, em Porto Alegre, de condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex do Guarujá. Os jornais destacam a forte polarização da sociedade brasileira, que se divide entre fiéis defensores e obcecados opositores do petista.

Os jornais europeus analisam a condenação do ex-presidente Lula a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Os jornais europeus analisam a condenação do ex-presidente Lula a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Fotomontagem RFI/ fotospúblicas/Ricardo Stuckert
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Manchete principal da capa do El País online, o diário afirma que o Brasil está "obcecado em ver Lula entrando na prisão" - uma imagem que considera estar cada vez mais próxima da realidade.

Quem também reage com euforia à decisão são os mercados, destaca El País, que "veem com bons olhos" a decisão do tribunal. "Às 16h48, quando o juiz Leandro Paulsen deu o voto que condenava Lula definitivamente, a bolsa de São Paulo respondeu com uma alta de 3,3%".

"O Brasil fica em chamas", diz o português Público em sua manchete principal online. "O Partido dos Trabalhadores faz um apelo pela radicalização da luta", destaca o diário em seu site, deixando clara a preocupação com a divisão da sociedade, que se acentou ainda mais depois do julgamento da quarta-feira (24).

"Ao longo do dia, vários grupos e movimentos sociais próximos do PT mobilizaram milhares de pessoas para manifestações de apoio a Lula. Em São Paulo e Porto Alegre, foram bloqueadas ruas e avenidas e os discursos bateram no mesmo ponto: a decisão do tribunal é ilegítima e ninguém pensa em eleições sem Lula", salienta o Público.

Le Monde também descreve o sentimento dividido da população sobre a condenação. Em Porto Alegre, enquanto nos arredores do tribunal, uma multidão de militantes chorava, a poucos quilômetros de lá, o movimento de direita Brasil Livre realizava o CarnaLula, para festejar a decisão dos juízes.

Futuro político comprometido

Claire Gatinois, enviada especial do Le Monde a Porto Alegre, escreve que, com a condenação em segunda instância, o futuro político de Lula está comprometido.

Mas Le Monde destaca que o "tempestuoso" Lula, chamado de "o pai dos pobres" e "presidente icônico do Brasil de 2003 a 2010", não jogou a toalha e, algumas horas após sua condenação, anunciou que quer ser candidato à presidência. O Partido dos Trabalhadores deve oficializar nesta quinta-feira a candidatura do "herói da esquerda brasileira", reitera o jornal.

O correspondente do jornal Les Echos em São Paulo, Thierry Ogier, lembra que, passada a derrota sobre que o líder petista estava seguro de que não aconteceria, o PT prepara agora seu futuro. Os advogados de Lula devem entrar com um novo recurso para que ele não seja preso. "Mas os juristas afirmam que o voto unânime dos magistrados ontem vai limitar seu perímetro de ação", escreve.

Mesmo tom do lado do britânico The Guardian, para quem "a condenação complica os planos de um terceiro mandato e marca o futuro do líder mais popular da História do Brasil". O jornal destaca que o petista lidera as pesquisas de voto, mas a justiça pode impedir sua candidatura.

Segundo o diário, Lula continua a defender "que é inocente e o processo é politicamente motivado para impedir que ele participe da próxima eleição". Seus partidários endossam o coro e alegam que a decisão do TRF-4 é "um ataque à democracia", salienta The Guardian.

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