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Brasil

Aécio contesta processo de corrupção no STF

Acusado de receber R$ 2 milhões ilegalmente, o senador Aécio Neves virou réu nesta terça-feira (17), acusado por corrupção e obstrução à justiça. O ex-presidenciável diz ser inocente e ataca as acusações.

Aécio exprimiu sua posição em caso de saída de Dilma da presidência.
Aécio exprimiu sua posição em caso de saída de Dilma da presidência. George Gianni/ PSDB
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Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília

O senador Aécio Neves virou réu acusado de receber propina da empresa JBS, num desdobramento da Lava Jato. O Supremo Tribunal Federal viu indícios de crime na conduta do parlamentar e acolheu o pedido da Procuradoria Geral da República, abrindo o processo contra o tucano, que foi o candidato do PSDB à presidência nas eleições de 2014.

Aécio foi flagrado em conversa com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, pedindo R$ 2 milhões. O dinheiro foi repassado em quatro parcelas de R$ 500 mil a Frederico Pacheco, primo do senador. A polícia federal chegou a rastrear as notas e a filmar a entrega dos valores.

Assim que saiu a decisão, o tucano afirmou, em declaração à imprensa, que já esperava o resultado e disse que agora terá a chance de provar a inocência. “Estou sendo processado por ter aceitado um empréstimo de um empresário, portanto um recurso privado, sem dinheiro público”, defendeu Aécio. “O que houve foi uma imensa ilegalidade no momento em que esses empresários, réus confessos de inúmeros crimes, associados a membros do Ministério Público, tentam dar a impressão de que houve crime para se verem livres de seus processos”, acusou o tucano.

Detalhes da transação

Mas o ministro Roberto Barroso disse que os detalhes da transação dão substância às acusações. “No mundo dos atos lícitos, o empréstimo de R$ 2 milhões é materializado num contrato, no qual se estabelece os compromissos de cada um. O pagamento desse montante se faz por transferência bancária, ou no máximo, em cheque. Nos dias de hoje ninguém sai por aí transportando pela estrada mochilas e malas de dinheiro.”

A defesa diz que o dinheiro repassado pela JBS foi um empréstimo que antecipava o dinheiro da venda de um apartamento e visava assegurar o pagamento de advogados por parte do senador. Os advogados tentaram também desconstruir as provas, principalmente a gravação da conversa de Aécio e Joesley, sob alegação que elas foram produzidas por orientação do ex-procurador Marcelo Miller. Ele foi da equipe de Rodrigo Janot, ex-procurador geral da República e depois trabalhou no escritório de advocacia que negociou, em nome da JBS, o acordo de leniência com o Ministério Público.

“Havia ali, sem autorização judicial uma verdadeira armação. E quando o empresário vai conversar com o senador, ele é quem sugere o pagamento em dinheiro, não foi Aécio Neves quem pediu. É só ver a fita”, disse o advogado Alberto Toron.

Situação delicada no Congresso

No Congresso, a avaliação é de que a situação política de Aécio Neves é delicada. O senador do PSDB Tasso Jereissati se esquivou das questões sobre o futuro do colega mineiro. “É uma decisão do Supremo Tribunal Federal e tem que se respeitar”, disse ele.

Também viraram réus a irmã do senador, Andrea Neves, o primo dele Frederico Pacheco, que recebeu o dinheiro em nome de Aécio e Mendherson Lima, assessor parlamentar.

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