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Brasil

Partido de Bolsonaro se torna segunda maior bancada na Câmara dos Deputados

A onda eleitoral que levou Jair Bolsonaro ao segundo turno da eleição presidencial neste domingo (7) também impactou o Congresso. A pequena força do líder de extrema direita se converteu na segunda maior bancada da Câmara dos Deputados, atrás apenas do Partido dos trabalhadores.

O partido de Bolsonaro passou de oito para 52 deputados (de um total de 513) no Congresso
O partido de Bolsonaro passou de oito para 52 deputados (de um total de 513) no Congresso REUTERS/Adriano Machado
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Bolsonaro, que alcançou 46% dos votos no primeiro turno, ficou em uma ótima posição para disputar o segundo turno, em 28 de outubro, contra Fernando Haddad (29%), do PT. Mas seu partido, ao qual se filiou em março, também saiu ganhando. O PSL passou de oito para 52 deputados (de um total de 513), entre eles seu filho Eduardo Bolsonaro, superando as expectativas dos "bolsonaristas" mais otimistas. A legenda do presidenciável também ficou com quatro cadeiras de um total de 81 no Senado, entre elas a obtida por seu outro filho Flávio Bolsonaro.

Os resultados contrariam todas as previsões dos analistas, que esperavam poucas mudanças e uma dificílima governabilidade se Bolsonaro – capitão da reserva do Exército, nostálgico da ditadura militar (1964-1985) e que teve pouca expressão como deputado durante 27 anos – ganhasse a presidência.

PT ainda é a principal força da Câmara

O PT de Haddad e do agora preso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, continua a sua erosão, embora se mantenha como principal força da Câmara. Na eleição de 2014, o partido alcançou 69 cadeiras, apesar de as deserções terem deixado-o no fim da legislatura com 61, e agora conta com 56. No Senado, o PT perdeu sete dos seus 13 senadores.

Mas a onda expansiva do polêmico capitão da reserva arrasou com as outras duas forças históricas do Congresso. O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), de centro direita, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), passou de 49 para 29 deputados. Já o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), do impopular presidente Michel Temer, caiu de 51 para 33 deputados. O MDB e o PSDB continuam sendo, no entanto, a primeira e segunda força do Senado, onde a queda foi de menor amplitude do que na Câmara, provavelmente porque apenas renovou dois terços de suas cadeiras.

Muitos dos deputados e senadores investigados pela Operação Lava Jato, que desde 2014 revela casos de corrupção na Petrobras, não conseguiram renovar seus cargos. Apenas 46% dos deputados foram reeleitos, muito menos do que o esperado.

Resultado favorece reformas pró-mercado

A lógica indica que Bolsonaro teria agora, caso fosse eleito, um cenário mais propício para impulsionar suas reformas pró-mercado ou do sistema político, prometidas durante a campanha. Um apoio reforçado pela bancada conhecida como "BBB" (Boi, Bala e Bíblia), que reúne os parlamentares do agronegócio, os partidários da flexibilização do porte de arma e os evangélicos.

Tradicionalmente no Brasil, para governar com um Legislativo dividido em cerca de 30 partidos, o presidente costuma recorrer à atribuição de cargos ministeriais ou nos altos escalões do Estado em troca de votos no Congresso, uma prática que para muitos indica a extensa corrupção no país. Mas isso pode ser um problema para Bolsonaro, que prometeu reduzir drasticamente o número de ministérios, colocar militares no governo e acabar com os velhos vícios do Congresso. Também se prevê uma difícil governabilidade para Haddad, que teria que lidar com um Legislativo mais conservador e com um grande sentimento "antipetista", que associa o PT com a corrupção e a ex-presidente Dilma Rousseff com o mau manejo econômico.

(Com informações da AFP)

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