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Demissões em série no governo Bolsonaro alimentam instabilidade, assinala Les Echos

A matéria do jornal Les Echos, publicado nesta terça-feira (18) diz que “as demissões em série no 1° escalão, em Brasília, alimentam a instabilidade no governo Bolsonaro”. O gancho do texto, assinado pelo correspondente do jornal económico em São Paulo, Thierry Ogier, é a saída de Joaquim Levy da presidência do BNDES.

Matéria do jornal Les Echos desta terça-feira, 18 de junho de 2019, analisa "as demissões em série do governo Bolsonaro".
Matéria do jornal Les Echos desta terça-feira, 18 de junho de 2019, analisa "as demissões em série do governo Bolsonaro". Fotomontagem RFI
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A reportagem relata aos leitores o histórico do afastamento do presidente do BNDES. O texto informa que Bolsonaro declarou, sem rodeios, que “já estava farto” de Levy e que ele estava com a “cabeça a prêmio”.

O correspondente lembra que Levy foi um fugaz ministro da Fazenda de Dilma Rousseff. Uma especialista entrevistada pelo Les Echos acredita que essa colaboração está na raiz de sua demissão do governo. "Bolsonaro nunca digeriu o fato de ter um ex-ministro de Dilma integrando sua equipe econômica", explica Monica de Bolle, diretora de estudos latino-americanos da Universidade americana John-Hopkins.

Profissional reconhecido internacionalmente

Les Echos não deixa de ressaltar que Levy é um profissional de reconhecimento internacional, ex-número três do Banco Mundial, e avalia que seu afastamento faz o clima em Brasília ficar ainda mais pesado.

Sua saída do governo é apenas o último episódio de uma série. Antes dele, em seis meses de presidência de Bolsonaro, três ministros tiveram que deixar seus cargos. Na semana passada, foi o general Santos Cruz, secretário do governo, que "caiu em desgraça", criticado pela ala ultraconservadora do presidente, detalha o texto. Uma fonte, não identificada, afirma ao correspondente que Bolsonaro “só tem confiança em seus filhos e em seu guru de extrema direita, Olavo de Carvalho.”

Reputação de Sérgio Moro abalada

O artigo aproveita para informar aos leitores que o “herói da cruzada anticorrupção brasileira”, o ministro da Justiça Sérgio Moro, deve comparecer nesta quarta-feira (19) ao Senado para se explicar sobre as acusações de parcialidade no julgamento do ex-presidente Lula. O governo defende seu ministro dizendo que essas acusações contra ele são políticas, mas o caso arranha a reputação do ex-juiz da Lava Jato, aponta Les Echos.

No meio disso tudo, e para além da demissão de Levy, é a refoma da Previdência que realmente preocupa o governo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, estima que seu projeto, aprovado na comissão especial da Câmara dos Deputados na semana passada, foi desfigurado pelo Congresso, principalmente devido a exclusão da proposta de aposentadoria privada.

O jornal salienta que “as críticas de Paulo Guedes, em quem Bolsonaro confia cegamente, não ajudaram em nada a melhorar as relações entre o executivo e o legislativo”. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, retrucou, observando que “o governo é uma fábrica de crises”. "A bombástica demissão de Joaquim Levy, nesse final de semana, tende a dar razão a Maia", julga Les Echos.

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