Sem pauta definida, Bolsonaro chega ao G20 e critica Alemanha
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, desembarcou nesta quinta-feira (27) em Osaka, no Japão, para participar da cúpula do G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo. Em uma curta entrevista coletiva à imprensa brasileira, ele não deu detalhes sobre as prioridades do Brasil no encontro e criticou a política ambiental da Alemanha.
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Bolsonaro foi questionado sobre a possibilidade de se encontrar com a chanceler alemã, Angela Merkel, que havia manifestado a disposição de debater com o líder brasileiro sobre o desmatamento, questão que ela disse ver com “grande preocupação”.
“Sem problema nenhum. Nós temos exemplo para dar para a Alemanha inclusive sobre meio ambiente. A indústria deles continua sendo fóssil, em grande parte, de carvão, e a nossa não”, afirmou o presidente, visivelmente cansado depois da longa viagem até o Japão. “Eles têm muito que aprender conosco”, indicou o ex-militar.
Bolsonaro então ressaltou que não participará da reunião para “ser advertido por outros países”. “Não. A situação aqui é de respeito para com o Brasil. Não aceitaremos tratamento como, no passado, em alguns casos, chefes de Estado tiveram aqui”, frisou.
Alemanha é exemplo na conversão para a energia limpa
A Alemanha é um dos maiores exemplos do mundo em conversão energética de combustíveis fósseis para fontes renováveis. Em uma decisão ousada, o país decidiu abandonar a energia nuclear para favorecer fontes limpas de produção energética, apesar do custo mais elevado. Em 2017, a parcela das fontes fósseis caiu para menos de 50% do total da produção energética do país e, em 2018, as energias “verdes”, como a eólica ou a solar, ultrapassaram o carvão.
A cúpula se inicia oficialmente nesta sexta-feira (28), por dois dias. Diversos chefes de Estado e de Governo já estão no Japão, como o americano Donald Trump, com quem Bolsonaro disse esperar ter um encontro reservado.
Quanto aos objetivos do país na reunião do G20, o líder brasileiro foi vago. “Vamos ouvir e falar. Vamos falar das questões que estão na pauta. Indústria, internet, meio ambiente. É tudo que estiver na pauta, nós falaremos, bem como, seremos questionados para alguma coisa, temos certeza, e estaremos prontos para responder”, declarou o presidente brasileiro, ao ser interrogado sobre as prioridades do Brasil.
Brasil sem lado na guerra comercial EUA x China
Quanto ao posicionamento do país na guerra comercial que opõe Washington a Pequim, Bolsonaro destacou que o Brasil não tem lado. “É logico que os produtos da China, dos Estados Unidos para cá, em grande parte, interessa (sic) ao Brasil por questão de commodities. Obviamente, a gente não quer que haja briga para a gente poder se aproveitar”, explicou Bolsonaro.
“A gente está buscando paz aqui, harmonia, como estamos trabalhando – não é o caso aqui – a questão do Mercosul e União Europeia”, referindo-se às negociações de um acordo comercial entre os blocos europeu e latino-americano.
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