Argentina e Chile oferecem ajuda a Brasil e Bolívia para combater incêndios na Amazônia
Os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e do Chile, Sebastián Piñera, telefonam para Jair Bolsonaro e avisaram que o Brasil tem à disposição ajuda especializada para combater incêndios na Amazônia.
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Márcio Resende, correspondente em Buenos Aires
No final da noite desta quinta-feira (22), o presidente argentino, Mauricio Macri, revelou ter conversado com o seu colega brasileiro, Jair Bolsonaro, "para acompanhar de perto o controle da emergência" e disse ter posto à disposição do Brasil e da Bolívia a cooperação argentina.
"O nosso sistema de emergências encontra-se à disposição do Brasil e da Bolívia. Também me comuniquei com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Estamos comprometidos a ajudar os nossos vizinhos a combaterem os incêndios florestais", publicou Macri nas redes sociais.
Mauricio Macri disse estar "alarmado e comovido" com os incêndios, especialmente no Brasil.
"Estou alarmado e comovido com os incêndios na Amazônia brasileira. Os incêndios são devastadores doem-nos, preocupam-nos e tornam urgente o oferecimento da nossa cooperação", publicou Macri.
O presidente chileno, Sebastián Piñera, também confirmou ter conversado com o brasileiro, Jair Bolsonaro, e com o boliviano, Evo Morales, para lhes oferecer ajuda.
"Ofereci colaboração a Bolsonaro para ajudar o país irmão e amigo a combater com maior eficácia e força os graves incêndios florestais que afetam a Amazônia", disse Piñera.
Oferta apesar de relação tensa
Horas depois, publicou que "também se comunicou com o presidente da Bolívia, Evo Morales, para lhe oferecer colaboração". A comunicação de ajuda, nesse caso, tem ainda mais peso porque Chile e Bolívia mantém uma tensa e distante relação, devido a disputas territoriais.
A situação na Bolívia também é devastadora: 744 mil hectares e 1.817 famílias na região de Chiquitania, ao leste do país, foram atingidas pelo fogo.
A Venezuela, que também tem floresta amazônica, ofereceu a sua "modesta ajuda" no combate aos incêndios. O governo de Nicolás Maduro expressou "profunda preocupação" com a situação na região.
Especialistas advertem que os incêndios quebram o ciclo natural da água e das chuvas, ameaçando os rios, tanto da bacia do Amazonas, quanto da bacia do rio da Prata, que divide Argentina e Uruguai.
As chamas afetaram ainda a região norte do Paraguai e também o leste do Peru.
Nesta sexta-feira (23), a partir das 16 horas locais, jovens ativistas vão marchar até a Embaixada do Brasil em Buenos Aires sob o lema "A Amazônia se defende".
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