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Astronomia

Novo estudo sugere que Marte tem "sulcos" de água salgada no verão

Novas análises feitas por cientistas americanos e franceses com base em imagens fornecidas pela Agência Espacial Americana (Nasa) corroboram a tese da existência de água líquida em Marte, um pré-requisito para a vida. Um estudo detalhado dos sulcos escuros vistos nas encostas do Planeta Vermelho sugere que as marcas poderiam ser vestígios de fluxos de salmoura, solução aquosa saturada de sal. As conclusões constam de artigo publicado nesta segunda-feira (28) na revista "Nature Geoscience".

O robô Curiosity explora o planeta Marte para a Nasa desde agosto de 2012.
O robô Curiosity explora o planeta Marte para a Nasa desde agosto de 2012. NASA/JPL-Caltech
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O novo estudo afirma que os vestígios fotografados pela Nasa indicam a presença de minerais "hidratados" na superfície de Marte, ou seja, que requerem água para a sua formação. Há muito tempo, astrofísicos acreditam na hipótese de que a presença desses vestígios sazonais, observados principalmente nas estações quentes, podem ser formados por fluxos de água salgada.

Os sulcos, que podem ser vistos em uma área de centenas de metros de comprimento por cinco metros de largura, aparecem principalmente durante o verão. Quando vem o frio e as temperaturas caem, eles desaparecem.

Em abril, outros cientistas tinham relatado, na mesma revista, terem notado a presença de perclorato de cálcio em Marte, um tipo de sal idêntico ao descrito no artigo de hoje. O perclorato de cálcio, sob certas condições, absorve o vapor de água presente na atmosfera. Quando a temperatura cai, a substância vira gelo; quando a temperatura sobe, ela derrete e se transforma em água salgada.

Nosso estudo "corrobora esta possibilidade teórica de salmoura líquida na superfície de Marte", declarou Lujendra Ojha, da Universidade de Atlanta.

A equipe também conseguiu extrair mais dados a partir das imagens estudadas. Os cientistas encontraram evidências "compatíveis com a presença de sais minerais hidratados". "Os resultados sugerem fortemente uma ligação entre as linhas vistas nas encostas de Marte e o fluxo de salmoura líquida", explica o pesquisador.

Alfred McEwen, coautor do estudo na Universidade do Arizona, disse que a descoberta é "quase" uma prova inequívoca da presença de água em Marte.

A comunidade científica acredita, há muito tempo, que o planeta vizinho da Terra possuía no passado muita água, na forma líquida. Parte dessa água estaria presente até hoje, mas presa no solo congelado do planeta.

No início deste ano, a Nasa anunciou que quase a metade do hemisfério norte de Marte já foi um oceano, atingindo profundidades de mais de 1,6 km. Porém, 87% desse material valioso para a vida foi perdido no espaço.

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